Disparada do petróleo oculta risco de queda para US$ 40 em 2018
(Bloomberg) -- O petróleo bruto Brent pode cair para US$ 40 por barril ou menos no primeiro trimestre de 2018 se a Opep não limitar mais a produção, segundo um analista de petróleo da JBC Energy, uma consultoria do setor.
A referência para mais de metade do petróleo do mundo poderia terminar 2017 entre US$ 45 e US$ 47 por barril, e depois o mercado poderia ficar "muito complicado", disse Richard Gorry, diretor administrativo da JBC Asia. Embora os preços estejam sendo apoiados pelas recentes reduções nos estoques dos EUA em meio à temporada de férias do verão boreal, quando a demanda por combustível costuma ser maior, essa tendência será revertida a partir do começo de setembro à medida que o consumo enfraquecer, disse ele.
O petróleo bruto Brent continuou avançando nesta quarta-feira com uma alta de 0,4 por cento, para US$ 50,39 por barril, às 6h32 em Nova York, aproveitando um avanço gerado porque dados do setor mostraram que os estoques nos EUA caíram muito na semana passada.
"O Brent poderia cair para US$ 40 ou até para menos", disse Gorry em entrevista em Cingapura na terça-feira. "Nós não necessariamente projetamos isso, mas não sabemos qual será a cotação exata do mercado e quão pessimista ele vai ficar."
A JBC alerta para o risco de queda dos preços em um momento em que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e alguns países parceiros lutam para implementar reduções da produção no intuito de eliminar um excedente global. Em uma reunião realizada nesta semana em São Petersburgo, a Arábia Saudita prometeu diminuir mais as exportações de petróleo bruto no mês que vem, enfatizando seu compromisso para eliminar o excesso de oferta embora outros dois países-membros da Opep, a Líbia e a Nigéria, tenham sido autorizados a continuar aumentando a produção.
"Se nada mudar na Opep e tivermos as mesmas restrições sobre a produção no primeiro trimestre, vai haver muito excedente no mercado", disse Gorry. "Para de fato ajustá-lo, a Opep vai ter que diminuir mais, e eu não sei se eles querem fazer isso."
Bear market
O petróleo entrou em um bear market no mês passado após perder a maior parte dos ganhos obtidos depois que a Opep decidiu, no fim do ano passado, começar a reduzir a produção a partir de janeiro. Além do novo foco nas exportações, na reunião em São Petersburgo não foram feitas mais mudanças no acordo de oferta para corrigir esse desempenho decepcionante.
Contudo, o petróleo bruto subiu cerca de 10 por cento nos últimos 30 dias porque os estoques nos EUA deram sinais de diminuição. A demanda poderia desacelerar depois de setembro, ao passo que a produção de petróleo de produtores como Brasil, Cazaquistão, África Ocidental e Europa Central aumentará no primeiro semestre do ano que vem, disse Gorry.
A produção dos EUA continua crescendo. O país está extraindo 9,4 milhões de barris por dia, perto do patamar recorde de 9,6 milhões de barris observado em 2015. A produção dos EUA poderia voltar a atingir 9,6 milhões de barris diários por volta do fim de 2017, segundo Gorry. A região Ásia-Pacífico é a única que registrará declínios na produção porque a China fechará poços, disse ele.
(Atualiza os preços no terceiro parágrafo.)
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