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Dow e DuPont estudam separação pós-fusão em mais de 3 empresas

Jack Kaskey

27/07/2017 13h52

(Bloomberg) -- A Dow Chemical e a DuPont estudam se devem criar mais empresas separadas além das três originalmente pensadas após a histórica fusão de US$ 75 bilhões.

As duas maiores fabricantes de produtos químicos dos EUA estão trabalhando com a McKinsey & Co. em uma análise para determinar qual combinação de firmas saídas da DowDuPont criaria mais valor para os acionistas, disse o diretor financeiro da Dow, Howard Ungerleider, nesta quinta-feira. A análise deve ser realizada até três meses após o fechamento do negócio, esperado para agosto, disse ele.

"Pedimos à McKinsey para validar o valor desse caso base das três empresas e que depois analise qualquer outra combinação que, de forma significativa e material, em uma base ajustada ao risco, crie mais valor para o acionista", disse Ungerleider, em entrevista por telefone, depois que a Dow anunciou resultados para o segundo trimestre que superaram as expectativas.

A Dow e a DuPont reagem, assim, aos investidores que questionaram o plano de dividir a DowDuPont em três empresas separadas com foco na agricultura, em produtos especializados e em materiais. A acionista ativista Third Point afirmou que mudar a composição das três empresas criadas poderia gerar US$ 20 bilhões em valor adicional e que é possível chegar a um total ainda maior com uma separação em seis firmas. Nesta semana, Jeffrey Zekauskas, analista do JPMorgan, disse esperar que a divisão de materiais proposta seja separada em duas partes, criando um total de quatro empresas distintas.

A análise é liderada pelo CEO da Dow, Andrew Liveris, pelo CEO da DuPont, Ed Breen, pelo diretor-geral da DuPont, Sandy Cutler, e pelo diretor-geral da Dow, Jeff Fettig.

"Todas as possibilidades estão sobre a mesa", disse Liveris, em teleconferência com analistas, na quinta-feira. "Se o resultado for mais de três empresas, assim será."

Aprovações pendentes

A fusão ainda precisa de aprovações finais de antitruste na União Europeia, no Brasil, na China e na África do Sul, disse Ungerleider. Nesta quinta-feira, a UE concedeu aprovação condicional para a troca de ativos da DuPont com a FMC, que oferece ativos no segmento de pesticidas à FMC em troca de seu negócio de alimentos e ingredientes farmacêuticos, mais US$ 1,6 bilhão. A FMC deverá vender sua produção de herbicidas para eliminar preocupações antitruste e a DuPont concordou em alienar uma divisão de alginatos, substância usada para espessar alimentos e produtos farmacêuticos.

Os lucros ajustados da Dow no segundo trimestre subiram para US$ 1,08 por ação, contra uma estimativa média dos analistas de US$ 1,01. As vendas aumentaram 16 por cento, para US$ 13,8 bilhões, superando a estimativa de US$ 13,6 bilhões.

Os volumes totais subiram 11 por cento porque uma aquisição impulsionou duas divisões, informou a Dow. Os preços aumentaram em média 5 por cento.

A Dow está investindo US$ 6 bilhões para ampliar a produção de plástico na Costa do Golfo dos EUA com o início das operações de uma fábrica de etileno recém-construída em Freeport, no Texas. Na Arábia Saudita, a Sadara, joint venture da empresa com a Saudi Arabian Oil, iniciou as primeiras unidades de fabricação.

Para entrar em contato com o repórter: Jack Kaskey em Houston, jkaskey@bloomberg.net.

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