'Rambo' chinês descobre fórmula para conquistar bilheterias
(Bloomberg) -- Basicamente, Leng Feng está com uma lâmina no pescoço. Além disso, ele acabou de se recuperar de um vírus africano incurável. Mas não tema: o "Wolf Warrior" da China sempre ganha, com suas armas flamejantes e distribuindo socos para todos os lados.
O filme de sucesso da China "Wolf Warrior 2" surpreendeu os investidores. As ações de distribuidoras como a Beijing Jingxi Culture & Tourism dispararam quando o festival de ação de 200 milhões de yuans (US$ 30 milhões) pôs no chinelo franquias mais conhecidas, como "Velozes e Furiosos", e o dono do recorde anterior, "As Travessuras de Uma Sereia", e bateu um recorde inédito nas vendas de ingressos na China.
Até terça-feira, o filme havia arrecadado mais de 3,5 bilhões de yuans em 13 dias, de acordo com a base de dados de filmes Maoyan. E continua atraindo cinéfilos. O sucesso agora representa mais de 60 por cento dos horários de exibição de filmes em todo o país, de acordo com Maoyan.
Dirigido e estrelado pelo artista marcial Wu Jing, o filme conta a história de "Wolf Warrior" Leng, um oficial renegado na força de operações especiais da China. Sua missão é evacuar, praticamente sozinho, centenas de cidadãos chineses de um país devastado pela guerra na África. Seu inimigo: "Big Daddy", o mercenário mais bem pago da Europa.
O "super-herói" da China
"Wolf Warrior 2" é a maior prova até o momento de que, com uma boa dose de ação, os filmes chineses podem impulsionar o mercado e superar os sucessos de Hollywood considerados fundamentais para revigorar as vendas de ingressos na China. A agência oficial de notícias Xinhua intensificou as críticas positivas sobre o filme, afirmando que ele "reflete vividamente o aumento da força nacional da China de forma geral" e "atendeu à necessidade dos cidadãos chineses de ter um super-herói próprio".
"Guerra e ação -- o filme preencheu uma lacuna na bilheteria da China, que não via o lançamento de filmes desse gênero há um bom tempo", disse James Li, cofundador da consultoria de filmes Fanink Research, com sede em Pequim. "A demanda por filmes de qualidade continua crescendo na China."
Esse otimismo contrasta com uma série de decepções. Nem as produções locais nem os sucessos de Hollywood conseguiram impulsionar o crescimento no segundo maior mercado cinematográfico do mundo.
Escassez de sucessos
A receita de bilheteria na China caiu 5 por cento no primeiro semestre do ano, sendo que os filmes estrangeiros foram responsáveis por 61 por cento das vendas de ingressos, mais do que a média de 50 por cento registrada em anos anteriores, de acordo com a consultoria EntGroup. Ainda mais preocupante é o fato de que a bilheteria para filmes nacionais tenha caído 20 por cento nesse período, estima o analista Zhijing Liu, da UBS Group.
"Wolf Warrior 2" inverteu essa tendência e acabou com a tristeza dos investidores.
As ações da Beijing Jingxi deram um salto de 35 por cento desde a estreia do filme, apagando uma queda que havia começado no quarto trimestre.
"Combinar as técnicas narrativas de Hollywood com uma história que reflete os principais valores da China" garantiu o sucesso do filme, disse Song Ge, presidente do conselho da Beijing Jingxi, em resposta por escrito às perguntas da Bloomberg.
Para entrar em contato com o repórter: Jing Yang de Morel em Xangai, jyang543@bloomberg.net.
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