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Condições de financiamento a startups dos EUA têm alta recorde

Isabel Gottlieb

11/08/2017 14h23

(Bloomberg) -- Poucas vezes as startups de tecnologia dos EUA tiveram um momento tão bom quanto este.

O Bloomberg U.S. Startups Barometer, que monitora as condições de negócio para empresas privadas de tecnologia com sede nos EUA, atingiu uma alta recorde. O avanço de 44 por cento em relação ao ano anterior foi impulsionado pelo rápido aumento do número de empresas que captaram dinheiro pela primeira vez, refletindo o apetite dos investidores para financiar as empresas de maior risco. O índice, compilado desde 2007, não engloba a época frenética da bolha pontocom.

"Se você está saindo do Google ou do Facebook para montar sua startup, este provavelmente seja o melhor momento para isso", disse Wesley Chan, diretor-gerente da firma de capital de risco Felicis Ventures. "Há muita efervescência no investimento de fase inicial e semente."

O pico recente do índice representa uma reviravolta em relação ao início do ano, quando atingiu o menor patamar em três anos. De lá para cá, o indicador teve um crescimento constante graças ao salto no número de acordos de financiamento, em particular aqueles que envolvem as empresas mais jovens.

Entre as empresas que anunciaram uma rodada inicial de financiamento nas últimas semanas estão a Tomorrow, com sede em Seattle, que vende seguros de vida e oferece serviços de planejamento patrimonial por meio de um aplicativo. O fundador e CEO Dave Hanley afirmou que teve muito mais facilidade para levantar capital desta vez do que ao comandar empresas anteriores.

"Na verdade, nunca nem embarquei em um avião para arrecadar qualquer fatia desse dinheiro", disse Hanley. "Os investidores vieram até nós."

Na verdade, nem todos os itens que compõem o Bloomberg U.S. Startups Barometer estão subindo. A quantia total de dinheiro que as startups levantaram ainda é inferior à do ano passado, embora a diferença tenha diminuído nas últimas semanas. Houve alguns acordos extraordinários no verão passado (Hemisfério Norte) que provocaram a disparada desse subíndice.

Mais preocupante é a queda no número de empresas que são adquiridas ou entram com pedido para realizar ofertas públicas iniciais. As saídas, que proporcionam retornos aos investidores para que possam reinvestir esse capital em empresas mais jovens, caíram 29 por cento em relação ao ano anterior. Os desempenhos decepcionantes pós-IPO da Blue Apron Holdings e da Snap ainda podem dissuadir as empresas privadas de negociarem ações em mercados públicos. As ações da Blue Apron tiveram declínio de quase 50 por cento desde que a empresa abriu seu capital; já as ações da Snap recuaram 19 por cento.

Para entrar em contato com o repórter: Isabel Gottlieb em N York, igottlieb@bloomberg.net.

Para entrar em contato com a editoria responsável: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net.

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