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Empresa japonesa produz mais chocolate premium com cacau da AL

Aya Takada

11/09/2017 12h11

(Bloomberg) -- A Meiji Holdings, a maior produtora de chocolates do Japão, comprará mais grãos de cacau da América Latina para ampliar a fabricação de produtos premium depois de vender o dobro do esperado inicialmente de sua marca de alto padrão "THE Chocolate".

As vendas da THE Chocolate subirão para 120 milhões de unidades em 2020 após chegarem a 30 milhões nos últimos 12 meses porque os adultos japoneses ampliarão as compras de produtos de luxo de maior valor, como chocolates, café e vinhos artesanais, disse Masahiro Sato, gerente da divisão de vendas de confeitaria da Meiji, na sexta-feira em entrevista em Tóquio.

A marca, lançada em setembro de 2016 como chocolate artesanal "bean to bar" (do grão à barra), é feita com grãos de cacau do Brasil, de Dominica e da Venezuela. A barra de 50 gramas é vendida a 237 ienes (US$ 2,19). É o dobro do preço do chocolate ao leite Meiji, o principal da companhia, mas ainda muito mais barato do que o chocolate vendido por lojas artesanais de Tóquio com preços de 1.000 ienes ou mais pela mesma quantidade.

"Estamos oferecendo uma versão mais acessível de uma qualidade similar para os fãs de chocolates artesanais", disse Sato. "Nosso produto os ajuda a tê-lo no consumo diário."

A Meiji oferece oito sabores diferentes sob a marca "THE Chocolate", dependendo do tipo de grão de cacau usado para fabricá-los. A empresa planeja comprar grãos de produtores do Peru, do Equador e do México para expandir seus sabores, disse Hiroyuki Utsunomiya, gerente do departamento de desenvolvimento de produtos da Meiji.

Preço premium

Para garantir a oferta, a Meiji paga um ágio em relação aos preços do mercado e também ensina para os produtores as melhores formas de fermentar os grãos e melhorar o rendimento, disse Utsunomiya.

No México, a Meiji iniciou o plantio de cacaueiros no estado de Chiapas, lugar de origem da rara variedade criollo, ou cacau branco, para ampliar a produção. As vendas de teste deste ano do chocolate feito com os grãos do cacau branco foram muito boas, apesar do preço de 1.500 ienes por cada barra de 50 gramas, disse Utsunomiya.

"Como o mercado global de cacau é cada vez mais dominado por um número limitado de grandes processadoras, precisamos aumentar nosso envolvimento com a agricultura para ter uma oferta estável de grãos de alta qualidade", afirmou. Cerca de 70 por cento do cacau produzido globalmente é usado por quatro processadoras, entre elas Cargill e Olam International, disse ele.

As importações japonesas de cacau da América Central e do Sul subiram 60 por cento em 2016 em relação a 2015, para 11.666 toneladas, segundo dados da Associação do Chocolate e do Cacau do Japão. Mesmo assim, o volume representou apenas 18 por cento do total de importações de grãos do Japão. Gana foi a maior fornecedora, com 48.669 toneladas, ou 77 por cento do total. A Costa do Marfim, maior produtora mundial de cacau, representou apenas 2,8 por cento do total devido a preocupações com a qualidade. As processadoras japonesas preferem comprar a granel de Gana, país onde a qualidade das exportações é controlada pelo governo.

No primeiro semestre deste ano, Gana continuou sendo o principal fornecedor, seguido pelo Equador e pela Venezuela, de acordo com o Ministério da Agricultura.