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Robôs são amigos de ETFs, mas alguns precisam ser convencidos

Rachel Evans

12/09/2017 15h21

(Bloomberg) -- Chegou a hora de os fundos negociados em bolsa começarem a cortejar os robôs. Mas o setor de gestão de ativos não tem tanta certeza disso.

As plataformas de assessoria automatizada -- conhecidas como assessorias-robôs -- estão se preparando para expandir seus investimentos em ETFs nos próximos cinco anos e para ampliar seus ativos para mais de US$ 800 bilhões, segundo relatório da PricewaterhouseCoopers. No geral, a assessoria digital provavelmente crescerá para US$ 1 trilhão até 2020, revelou estudo separado da Aite Group.

As assessorias-robôs, grupo que inclui firmas independentes como a Betterment e a Wealthfront, bem como plataformas como Vanguard Group e Charles Schwab, atualmente supervisionam cerca de US$ 75 bilhões. A previsão da PwC está baseada em taxas de crescimento de 2015 a 2016 e a Aite utilizou dados apresentados a órgãos reguladores e entrevistas com operadores históricos.

"Veremos uma aceleração real", disse Nigel Brashaw, chefe global de prática de ETF da PwC. "À medida que começarmos a ver a tecnologia ganhar cada vez mais força, não haverá retorno."

Mas muitas gestoras de ativos consideram que essas projeções são otimistas e mais de 75 por cento dos entrevistados pela PwC estimam que as assessorias-robôs gerarão menos de US$ 100 bilhões para ETFs nos próximos cinco anos.

As empresas de gestão de ativos estão conscientes da tendência das assessorias-robôs, mas apenas "de forma superficial, assim como boa parte do público em geral", disse Javier Paz, analista sênior da Aite, em entrevista.

Baixo custo

As assessorias-robôs encontraram um parceiro natural nos ETFs com base na ênfase comum no custo. Diferentemente de uma assessoria tradicional, que pode exigir centenas de pontos-base por ano para escolher investimentos, as assessorias-robôs utilizam respostas de uma série de perguntas on-line e alguns algoritmos sofisticados para oferecer o mesmo serviço em troca de pouca ou nenhuma comissão. Esta abordagem padronizada e sem interferência é barata e o uso de ETFs de baixo custo para executar a estratégia garante que as comissões de gerenciamento não consumirão as economias.

No entanto, muitos emissores de ETF e outras gestoras de ativos estão mal preparados para a mudança. Cerca de 55 por cento dos entrevistados pela PwC preveem que as assessorias-robôs enviarão menos de US$ 50 bilhões aos ETFs, sendo que os participantes dos mercados europeu e asiático são mais cautelosos em suas expectativas.

Essa cautela acabará gerando prejuízos, segundo a PwC. Aqueles que resistirem à mudança para as assessorias automatizadas e outras tecnologias digitais correrão o risco de colocar seus negócios em perigo e de perder uma enorme oportunidade, afirmou a empresa de contabilidade e auditoria em seu relatório.

Cerca de 17 milhões de investidores usarão assessoria-robô até 2021, contra 1,8 milhão no ano passado, e a geração Y tem a maior probabilidade de aderir, segundo a Aite.