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Fed é 'irrelevante' para moedas de mercados emergentes, diz BNP

Selcuk Gokoluk

27/09/2017 10h47

(Bloomberg) -- Quando Janet Yellen provocou uma onda de vendas de moedas de mercados emergentes, na semana passada, Bryan Carter saiu em busca de pechinchas.

Os países em desenvolvimento vão liderar a melhora do crescimento global e seus mercados provavelmente não serão prejudicados pelas taxas de juros mais elevadas do Federal Reserve sinalizadas por Yellen, segundo Carter, chefe em Londres de dívidas de mercados emergentes do BNP Paribas Asset Management, que supervisiona 566 bilhões de euros (US$ 666 bilhões). Enquanto os outros vendiam, o ex-economista do Tesouro dos EUA comprava peso argentino, rúpia indiana, zloty polonês e lira turca.

"Quando a economia global volta a acelerar, os países emergentes crescem mais rapidamente que os países desenvolvidos", levando capital para fora dos EUA e em direção a ativos de maior risco, disse Carter, cujo fundo de dívidas em moedas locais superou o desempenho de 97 por cento de seus pares neste ano. Este é um "bom momento para comprar", disse ele.

Um índice de moedas de mercados emergentes registrou a maior queda em três meses na quinta-feira, um dia depois de Yellen afirmar que a economia estava suficientemente robusta para que o Fed elevasse os juros novamente neste ano e começasse a diminuir seu balanço de US$ 4,5 trilhões. Essas medidas não mudarão o declínio de longo prazo do dólar em relação a moedas de maior risco, mesmo que alguns bancos centrais de países em desenvolvimento reduzam suas taxas de juros, disse Carter.

"O Fed é irrelevante para as moedas", disse ele. "Não há relação entre as ações do Fed e o ciclo da moeda, apenas cria-se barulho."

Medido com base no poder de compra ou na taxa de câmbio efetiva real, o peso, a rúpia, o zloty e a lira têm se mostrado as "mais fracas" ultimamente, disse ele.

"O valor é uma ótima lógica de longo prazo para considerar essas moedas e construir uma posição", disse ele. "A longo prazo, sabemos que as avaliações convergirão e que o dólar cairá."

--Com a colaboração de Srinivasan Sivabalan