Chile debate regras para ampliar produção de lítio
(Bloomberg) -- O país que detém as maiores reservas de lítio do mundo está elaborando regras que permitiriam que as empresas criem novas minas em meio à crescente demanda pelo mineral usado em baterias de carros elétricos.
Uma comissão governamental do Chile deverá oferecer diretrizes até o fim do ano para as empresas privadas que quiserem iniciar operações de lítio no país, disse a ministra da Mineração, Aurora Williams, em entrevista.
O lítio é considerado um recurso estratégico no país sul-americano, que não concede licenças a empresas há mais de duas décadas. A demanda global por lítio deverá aumentar neste ano porque fabricantes de automóveis como Tesla, Mitsubishi e outras levarão veículos elétricos ao mercado popular, mas apenas duas empresas produzem lítio no Chile.
"O que o Chile deseja é manter e ampliar a produção para que possamos capturar esse espaço no mercado", disse Williams. "Estamos trabalhando em uma série de documentos que estabelecem efetivamente formas e procedimentos para a produção de lítio."
O Chile detém mais da metade das reservas mundiais conhecidas do mineral, e a CRU Group afirma que o país tem os menores custos de mineração. As mineradoras bombeiam salmoura rica em lítio de debaixo de salinas localizadas no norte do país e a deixa secar em piscinas de evaporação. A Soc. Química y Minera de Chile e a Albemarle continuam sendo as únicas empresas que produzem lítio no país.
O governo chileno também unificará o monitoramento ambiental no Atacama, onde operam SQM e Albemarle, para assegurar que a mineração não provoque um impacto irreversível no delicado ambiente das salinas e nas comunidades que as rodeiam, disse Williams.
As empresas privadas que desejarem iniciar uma operação de lítio no Chile podem se associar a uma empresa estatal ou negociar contratos especiais diretamente com o governo. A Minera Salar Blanco, de propriedade chilena, passou meses negociando com o governo antes de se retirar do processo.
'Não há regras'
"Não há regras, ninguém sabe quais são os requisitos", disse o CEO da Minera Salar, Cristóbal García-Huidobro, em entrevista, em seu escritório, em Santiago. "Quando percebemos que o processo não estava avançando, decidimos nos retirar e esperar o governo redigir as regras."
O novo marco legal não mudará o status especial do lítio, e as empresas ainda terão que negociar diretamente com o Estado, segundo Sergio Hernández, vice-presidente-executivo da comissão de cobre chilena Cochilco, membro da comissão que está elaborando as regras.
No entanto, ele proporcionará mais clareza a respeito das garantias financeiras para os projetos, exigências de investimento, indenizações às comunidades ou aos proprietários de terras, regras ambientais, impostos e royalties.
"O royalty do lítio provavelmente será um pouco maior que o do cobre", disse Hernández. "Isso faz sentido, devido às vantagens naturais de iniciar a produção de um recurso novo, de baixo custo e fácil de extrair."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.