Gasto da Alibaba com pesquisa parece maior do que é: Gadfly
(Bloomberg) -- Ao olhar além do número citado nas manchetes, a enorme quantia injetada pela Alibaba em pesquisa e desenvolvimento é, na verdade, bastante modesta.
A maior empresa de comércio eletrônico da China informou na quarta-feira que planeja ampliar os investimentos para US$ 15 bilhões nos próximos três anos. No anúncio, a gigante cunhou o termo DAMO, referente às iniciais em inglês de "descoberta, risco, impulso e perspectiva". A companhia estabelecerá uma nova academia de pesquisa com esse nome nos laboratórios da China, dos EUA, da Rússia, de Israel e de Cingapura.
Esse número em dólares certamente parece enorme e equivale a praticamente duplicar o valor destinado à pesquisa e ao desenvolvimento em dois anos. No entanto, quando o número é comparado às receitas, nota-se que a empresa simplesmente está mantendo os gastos em linha com os últimos anos, com uma fatia de pouco mais de 10 por cento. Isso porque a receita do ano que vem também deverá dobrar em relação a 2016, segundo estimativa.
Segundo esse indicador, a Alibaba ficou muito atrás de Facebook e Alphabet (ou seja, Google) nos últimos anos, e gastou pouco menos até que a Amazon.com.
A Alibaba afirma que a nova academia pretende "aumentar a colaboração tecnológica em todo o mundo, levar adiante o desenvolvimento de tecnologias de ponta e trabalhar para tornar o mundo mais inclusivo por meio da redução do déficit tecnológico".
O comunicado usa toda a terminologia certa de uma empresa que espera disputar o mercado da tecnologia global. Os leitores que estiverem jogando bingo com slogans pularão da cadeira.
Mas não se deixe enganar por essa soma de US$ 15 bilhões. A empresa teria investido esse valor mesmo sem todo o oba-oba. Na realidade, se Jack Ma realmente quiser que a Alibaba se destaque, precisará esbanjar muito mais.
Esta coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg LP e de seus proprietários.
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