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Representante de Facebook e Google defende autorregulação

Ben Brody e Bill Allison

24/10/2017 14h37

(Bloomberg) — Uma associação comercial que conta com membros como Google, da Alphabet, Facebook e Twitter vai defender a autorregulação, em vez de um projeto de lei federal que exigiria mais divulgação para propagandas políticas nas plataformas da internet, em uma audiência no Congresso dos EUA.

A declaração preparada de Randall Rothenberg, presidente da Interactive Advertising Bureau, afirma que seu grupo quer o apoio do Congresso para uma abordagem em prol da autonomia, "segundo a qual as empresas de mídia digital vão policiar suas redes de abastecimento em busca de maus agentes e oferecerão maior transparência sobre quem coloca o que em seus sites".

Rothenberg tem audiência marcada nesta terça-feira com um subcomitê da Câmara sobre tecnologia da informação, em meio a duas investigações do Congresso e um inquérito do promotor especial que averiguam se agentes russos usaram propagandas em redes sociais nos EUA como parte de uma campanha para tentar interferir na eleição de 2016. Executivos do Facebook revelaram no mês passado que contas afiliadas à Rússia gastaram US$ 100.000 em anúncios que geravam divisões políticas antes da eleição dos EUA.

Em resposta, três senadores apresentaram um projeto de lei bipartidário para exigir mais divulgação de anunciantes na internet.

Em um depoimento divulgado na noite de segunda-feira, Rothenberg disse que pediu que seus membros "usem bom senso, sistemas de tecnologia, supervisão humana e autorregulação entre setores para policiar seus próprios ambientes". Mas o depoimento detalha algumas medidas concretas.

Tanto o Google quanto o Facebook afirmaram que estão dispostos a trabalhar com legisladores e órgãos reguladores para aumentar a transparência da publicidade. Ambas as empresas defenderam suas declarações anteriores na tarde de segunda-feira. Após a eleição, essas empresas implementaram mudanças no produto destinadas a eliminar as chamadas notícias falsas, mas as plataformas digitais continuam sendo criticadas por possibilitar o surgimento de artigos enganadores. O Google alterou seu algoritmo em abril para rebaixar artigos enganosos, falsos e ofensivos nos resultados de pesquisa.

Sistemas automatizados

Os comentários de Rothenberg, que foram divulgados pelo escritório do presidente do subcomitê, Will Hurd, argumentam que a complexidade de oferecer anúncios para usuários de redes sociais e a grande parcela desses anúncios que é comprada através de sistemas automatizados tornam a divulgação dispendiosa e potencialmente ineficaz.

Ele também observará que alguns anúncios identificados como provenientes de atores estatais russos não mencionaram nenhum candidato específico ? o que significa que eles podem não ter sido identificados como propagandas que necessitariam uma declaração informativa. No entanto, ampliar a definição de anúncios políticos a fim de incluir algumas mensagens orientadas a determinadas questões pode suscitar problemas relativos à Primeira Emenda, de acordo com o depoimento de Rothenberg.

No mês passado, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, prometeu levar a empresa "para um padrão de transparência ainda maior" que o da televisão e de outros veículos de comunicação. Ele propôs possibilitar que os usuários vejam todos os outros anúncios comprados pelos anunciantes que os segmentem.

Conselheiros gerais do Facebook, do Google e do Twitter testemunharão em audiências públicas dos Comitês de Inteligência da Câmara e do Senado no dia 1º de novembro sobre como suas plataformas foram usadas na eleição americana de 2016. As empresas já participaram de sessões fechadas com os membros dos comitês.

—Com a colaboração de Mark Bergen e Sarah Frier