Grandes do petróleo brigam na China e azarão quer 2º lugar
(Bloomberg) -- Angola surge como candidato ao segundo lugar entre os principais países vendedores de petróleo para a China depois que a Rússia tirou a Arábia Saudita, a maior exportadora mundial de petróleo, do primeiro lugar.
O país africano é peixe pequeno em comparação com os outros dois países e produz menos de um quinto do que cada um dos dois gigantes bombeia. Mesmo assim, Angola conseguiu exportar 43,4 milhões de toneladas à China nos 10 primeiros meses do ano, superando os 43,1 milhões de toneladas fornecidos pela Arábia Saudita. A Rússia foi a maior vendedora para o maior importador de petróleo do mundo, com 49,6 milhões de toneladas.
Angola, mais distante da China do que a Arábia Saudita e a Rússia, sobe nesse mercado lucrativo após ocupar o terceiro lugar em 2016 e 2015. A oferta a prazo, aliada ao crescente apetite do país asiático por petróleo com baixo teor de enxofre, contribuíram para seu avanço, segundo Michal Meidan, analista da Energy Aspects.
"Os contratos a prazo certamente mantiveram um volume básico de oferta angolana para a China", disse Meidan. "A produção angolana se manteve relativamente estável apesar dos cortes de produção da Opep e a preferência por produtos com baixo teor de enxofre, em um momento em que as especificações se tornam mais rígidas na China, têm respaldado cada vez mais as importações angolanas."
O chamado petróleo doce, o tipo de óleo que Angola normalmente produz, contém menos enxofre, o que permite que as refinarias chinesas produzam um combustível mais limpo. Ainda assim, o país da África Ocidental, o oitavo maior entre os 14 membros da Opep, pode enfrentar alguns desafios.
Os sauditas estão tentando recuperar seu domínio na China, mirando novas refinarias em busca de mais vendas, enquanto o comprador asiático busca oferta mais longe ainda, em países como os EUA, atrás de preços menores. A importação total de petróleo pela China subiu cerca de 12 por cento de janeiro a outubro em relação ao mesmo período do ano passado.
"Será desafiador para a oferta angolana ter um aumento substancial em meio à chegada de novos tipos de óleo russos e americanos", disse Meidan, antes da divulgação dos dados na sexta-feira.
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