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Banco digital financiado pela Alibaba quer ser o maior do mundo

Saritha Rai

29/11/2017 14h15

(Bloomberg) -- O Paytm Payments Bank pretende criar o maior banco digital do mundo, com 500 milhões de contas, prevendo um prestador de serviços financeiros on-line que oferecerá de tudo, do gerenciamento de patrimônio a cartões de crédito e negociações no mercado de ações.

O banco, financiado pela maior carteira digital da Índia, que tem o mesmo nome, foi lançado formalmente na terça-feira e está voltado às pessoas que não têm acesso a serviços financeiros profissionais. Isso condiz com o objetivo do primeiro-ministro Narendra Modi, que deseja ampliar o acesso para a população do país, de 1,3 bilhão de pessoas.

"Estamos revelando nosso fundo do mercado monetário, lançando nosso cartão de débito e teremos capacidade para permitir que empresas abram contas corporativas", disse o fundador do Paytm, Vijay Shekhar Sharma, em uma entrevista por telefone que coincidiu com uma inauguração formal em Nova Déli, a que compareceu o ministro da Economia Arun Jaitley. "Os pagamentos digitais foram nosso ponto de entrada, queremos nos tornar uma instituição de serviços financeiros integrados verticalmente."

O governo da Índia está apoiando a tecnologia financeira com incentivos e com uma série de iniciativas, tais como lockers digitais e autenticação de usuários com base em seu programa de identidade digital, Aadhaar. Paytm foi uma das menos de 12 entidades que conseguiram licenças para lançar bancos de pagamentos, que podem aceitar depósitos e remessas, mas não podem conceder empréstimos.

Paytm informou que vai operar um banco predominantemente móvel com taxa zero para transações on-line e sem saldo mínimo. O Paytm Payments Bank pertence maioritariamente a Sharma. A One97 Communications, que opera o Paytm e é financiada pela Alibaba Group Holding e pela Ant Financial, de Jack Ma, detém os 49 por cento restantes. O banco surgiu da carteira digital Paytm, que acumulou mais de cem milhões de clientes depois que a Índia tirou de circulação as cédulas de alta denominação ? quase 90 por cento do valor em espécie ? em novembro do ano passado.

Sharma pode ter encontrado uma maneira de contornar os obstáculos regulamentares que impedem a concessão de empréstimos. A One97 Communications vai lançar um cartão de compras e oferecerá empréstimos com parcelas mensais, disse ele. "Vamos lançar a negociação de ações e produtos de seguros em breve", acrescentou. "Queremos nos tornar uma empresa de serviços financeiros da era da internet."

Na Índia, o sistema bancário tradicional favorece fortemente os ricos, enquanto os cidadãos mais pobres enfrentam dificuldades para pagar contas ou transferir dinheiro para familiares. "Comprar um seguro e investir através de nossos produtos de gestão de patrimônio se tornará amplamente acessível através do banco de pagamentos", disse Sharma.

Apesar da proliferação dos smartphones e das taxas de dados baratas que deram acesso à internet para milhões de pessoas, os bancos tradicionais ainda não criaram grandes recursos bancários digitais. E os consumidores indianos ainda não estão totalmente à vontade com as startups financeiras digitais. Segundo Sharma, tudo isso favorece o Paytm.