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Centro inventor da WWW inicia ajuda para pesquisa do câncer

Thomas Mulier

29/11/2017 14h34

(Bloomberg) -- O centro de pesquisa de física nuclear CERN apresentou uma fábrica para o fornecimento de isótopos radioativos a pesquisadores do câncer em uma tentativa de encontrar um uso industrial para subprodutos da descoberta do bóson de Higgs, ganhadora de um prêmio Nobel.

O CERN é capaz de produzir dois isótopos que ninguém mais consegue fazer graças a seus feixes radioativos: um que é usado para imagem de tumores e outro capaz de matar células cancerosas resistentes. Atualmente, o centro com sede em Genebra produz os isótopos apenas alguns dias por ano. A nova fábrica, chamada Medicis, poderá processá-los continuamente, informou o CERN em seu website.

Uma correia transportadora automática levará os isótopos sobrantes do centro de pesquisa à nova fábrica. Lá, serão envoltos em folha de ouro para segurança e preservação e serão enviados a instalações de pesquisas médicas, como o hospital universitário de Genebra.

O empreendimento médico é mais uma tentativa de produzir avanços tecnológicos utilizáveis no CERN, que investe cerca de 1 bilhão de francos suíços (US$ 1 bilhão) por ano na explosão de partículas subatômicas. O cientista britânico Tim Berners-Lee inventou a rede mundial de computadores WWW no CERN em 1989.

"Se falarmos apenas sobre física nuclear pura, a conversa pode ficar chata rapidamente", disse Karl Johnston, coordenador de física envolvido no programa, no website do CERN. "Mas isso -- a Medicis -- é realmente empolgante."

Peter Higgs, professor aposentado de física teórica da Universidade de Edimburgo, e François Englert, professor aposentado da Universidade Livre de Bruxelas, dividiram o prêmio Nobel de 2013 pela descoberta do bóson de Higgs. A existência dessa partícula ajuda a explicar de onde vem a massa e amplia o entendimento humano a respeito de como o mundo é construído.