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Robôs operarão minas na próxima década, diz Anglo

Tom Wilson

30/11/2017 11h41

(Bloomberg) -- Na próxima década, algumas minas operarão sem humanos, usando apenas robôs, modelos virtuais e sensores, segundo a Anglo American.

A Anglo está apostando em tecnologia, como brocas computadorizadas com "habilidade de cinzelação tão boa quanto a de um humano" para aumentar a produtividade, cortar custos e reduzir o impacto ambiental, disse Tony O'Neill, diretor técnico da Anglo, na conferência Mines and Money, em Londres.

"A indústria que todos conhecem hoje ficará irreconhecível" em cinco a sete anos, disse O'Neill. Com os processos de mineração automatizados, o "funcionário do futuro" da Anglo precisará se concentrar apenas no gerenciamento das relações da empresa com os governos e as comunidades que vivem perto de suas minas, disse ele.

A Anglo opera alguns dos depósitos de cobre mais valiosos do mundo e emprega 87.000 trabalhadores da África do Sul ao Chile.

Os bots, que são softwares capazes de executar instruções, se tornarão cada vez mais importantes na mineração subterrânea, disse O'Neill. A tecnologia, pequena e dotada de autoaprendizado, requer menos infraestrutura do que os métodos atuais e a aplicação comercial está a cinco a sete anos de distância.

A Anglo não é a primeira a investir em automação. Na região australiana de Pilbara, rica em minério de ferro, a BHP Billiton iniciou trabalhos destinados à implementação de trens autônomos em sua rede ferroviária de 1.300 quilômetros. A Barrick Gold iniciou há um ano o experimento mais ambicioso da indústria de produção de ouro para modernizar a escavação usando milhares de sensores na mina Cortez, em Nevada, EUA, e ao redor dela.

Outras tecnologias utilizam modelos virtuais de processos físicos em tempo real para evitar problemas antes que ocorram e podem ser empregadas para monitorar a mina, o processamento e a distribuição, disse O'Neill. Os sistemas, emprestados da indústria aeroespacial, poderiam aumentar a produtividade em cerca de 20 por cento e reduzir os custos em 15 por cento, disse ele.

A empresa planeja usar a chamada "água seca" para resfriamento e outros processos que utilizam muito líquido. Também visa a reduzir o desperdício das minas, o que tornaria desnecessárias as barragens de rejeitos.