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Join venture com American Airlines dará impulso a lucro da Latam

Christiana Sciaudone

11/01/2018 11h08

(Bloomberg) -- A Latam Airlines Group deve ver um aumento nas receitas e nas margens de lucro a partir de 2019 depois que um acordo de aviação com os EUA for aprovado pelo Senado brasileiro e pelo presidente Michel Temer.

Um acordo de joint venture com a American Airlines Group entrará em vigor após a aprovação do acordo de céus abertos (open skies) -- previsto para os próximos meses -- com impactos concretos dentro de aproximadamente 12 meses, disse o CEO da Latam, Jerome Cadier, na quarta-feira.

"Em todos os lugares existem acordos similares, principalmente entre a América do Norte e a Europa. Quando são implementados, vemos um aumento na oferta entre os países", disse Cadier em entrevista por telefone. "É estimado um aumento de 15 por cento a 40 por cento na receita nos próximos cinco anos."

As margens também vão melhorar, junto com a eficiência nas operações, disse Cadier. O acordo de joint venture não inclui capital; as companhias aéreas dividirão os lucros dos voos incluídos no acordo. Os acordos de céus abertos normalmente estipulam regras para as viagens aéreas entre dois países, limitando o controle governamental em decisões sobre rotas, tarifas e capacidade.

Mais passageiros

A American pode se beneficiar com lucros maiores quando acordos desse tipo levam ao crescimento do número de passageiros, disse o vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos Stephen Johnson.

"Nosso foco é levar nosso produto a mais pessoas, especialmente agora com a melhoria da economia brasileira", disse Johnson. "Nós gostamos de ter a oportunidade de competir. Gostamos das oportunidades de aumentar nosso serviço para o Brasil."

Johnson não especificou quanto a American se expandirá no Brasil e disse que isso depende tanto da aprovação do acordo de céus abertos quanto do crescimento econômico.

Uma das maiores críticas do acordo de céus abertos foi a Azul, que também tem sede no Brasil. Mas até mesmo ela parece ter abandonado as objeções.

"Não vamos ser bobos de lutar contra algo que é inevitável", disse John Rodgerson, CEO da Azul. "Isso significou muito para os EUA. O Brasil perdeu uma oportunidade" usando isso como moeda de troca.

A Azul aproveitará o acordo para levar adiante seu próprio acordo de joint venture com a United Airlines.

As companhias aéreas estão aguardando a aprovação do Senado brasileiro de uma joint venture entre a American e a Latam que inclui imunidade antitruste para as empresas, o que significa que elas podem planejar rotas e tarifas conjuntamente.

O Departamento de Transportes dos EUA ainda não analisou o pedido de aprovação antitruste e só fará isso depois que o acordo de céus abertos estiver em vigor, informou a American.

--Com a colaboração de Mary Schlangenstein