Que os hedge funds saibam lidar com fiasco do bitcoin: Gadfly
(Bloomberg) -- Os gerentes de hedge fund perdem o sono há anos preocupados com desempenhos ruins e volatilidades baixas e em dúvida sobre se é o momento de desistir e fazer outra coisa -- talvez apostar em bitcoins.
O fascínio dos retornos de 1.000 por cento em um mercado de apostadores inexperientes que se comportam como manada é inegável. Mas quanto tempo demorará para que os gestores de fundos de criptomoedas comecem a ter seus próprios terrores na hora de dormir?
Não foi muito difícil superar o mercado de ações embolsando bitcoins em 2017, mas está ficando cada vez mais complicado desde então. O preço do bitcoin caiu de cerca de US$ 14.300 para US$ 11.900, um declínio de 17 por cento, mesmo estando bem acima do patamar de US$ 10.000 que parecia impossível há cerca de um mês.
A variedade de alternativas ao bitcoin também não facilita muito na hora de encontrar o próximo grande sucesso. A especulação frenética fez o ripple cair 60 por cento em 10 dias e o litecoin, 35 por cento. Tendo isso em vista, o aumento de 2 por cento do velho e monótono S&P 500 não parece tão ruim assim.
Os fundos de hedge deveriam estar melhor posicionados em relação ao público varejista que domina os mercados de criptomoedas -- afinal, seu dever é oferecer proteção --, mas não há muitas formas de lucrar com uma queda forte e indiscriminada no mundo das criptomoedas.
Este não é um mercado maduro capaz de se acomodar facilmente à venda a descoberto ou aos derivativos. O bitcoin é a exceção, com contratos futuros que permitem que os traders lucrem com as quedas recentes. Mas o lado otimista da transação perdeu dinheiro. E a maioria dos hedge funds focados em criptomoedas consultados pela Bloomberg News negociaram mais que bitcoin, simplesmente. Entraram no mercado porque estava em franca expansão.
E aí entra a questão da percepção do cliente. Os gerentes do Altana Digital Currency Fund alertaram os clientes no ano passado que deveriam investir apenas uma "fração" de sua riqueza líquida. Então talvez esses clientes tenham bolsos profundos o bastante para suportar os altos e baixos.
Mas em que ponto os investidores começam a se perguntar se o ganho de 1.496 por cento de seu fundo no ano passado foi tão bom que nunca se repetirá? Se a oferta que está sobre a mesa é para os clientes resgatarem seus ativos todo trimestre, ou todo mês, quanto falta para que decidam fazê-lo? Só porque você investiu o que pode perder não significa que gostaria de perder.
O setor de hedge funds passou por anos difíceis tentando justificar comissões elevadas e desempenhos fracos. O bitcoin e as criptomoedas parecem oferecer uma fuga para gerentes e clientes: lucros impressionantes, um mercado cheio de amadores e muitas oportunidades de arbitragem.
Talvez o dinheiro inteligente seja suficientemente esperto para lidar com 1.000 moedas voláteis. Mas há uma chance de os retornos oferecidos não justificarem os riscos tomados, o que em alguns casos inclui alavancagem. Mike Novogratz, que adiou o plano de criação de um hedge fund voltado às criptomoedas no mês passado, pode ser aquele que está dormindo melhor.
(Esta coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg LP e de seus proprietários.)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.