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Desigualdade pode abalar capacidade do Fed de combater recessões

Shelly Hagan

19/02/2018 12h19

(Bloomberg) -- Os economistas, que há muito tempo temem a crescente desigualdade dos EUA, podem ter uma nova fonte de preocupação: o problema poderia entravar a capacidade do Federal Reserve de combater recessões.

Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira mostra que a desigualdade prolongada pode deixar as famílias preocupadas com a segurança de sua renda, o que lhes levaria a economizar mais. Isso, por sua vez, poderia derrubar a chamada taxa de juros neutra, que permite que o banco central dos EUA mantenha uma situação de pleno emprego sem estimular a inflação, segundo o artigo de Adrien Auclert, da Universidade de Stanford, e Matthew Rognlie, da Universidade Northwestern.

Os autores argumentam que a desigualdade pode ter parte da culpa pela queda dos juros desde a década de 1980 e também pela decisão do Fed de reduzir os custos dos empréstimos para perto de zero após a crise financeira de 2008. A pesquisa foi parcialmente financiada pelo Washington Center for Equitable Growth, focado no impacto da desigualdade de renda.

Tudo isso pode dar à cúpula do Fed ainda mais razões para se concentrar na desigualdade, considerando que uma taxa de juros neutra mais baixa dá menos margem aos bancos centrais para reduzir os custos dos empréstimos em caso de recessão.