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LVMH tenta a sorte e aumenta preço de relógio inteligente

Corinne Gretler e Thomas Mulier

20/03/2018 12h25

(Bloomberg) -- A TAG Heuer provou que existe demanda por relógios inteligentes de luxo. Agora, sua empresa controladora, a LVMH, está testando quanto os consumidores pagariam pelo produto.

A Hublot, outra marca de relógios da fabricante de produtos de luxo francesa, lança seu primeiro relógio inteligente neste ano por cerca de 5.000 francos (US$ 5.200), disse Jean-Claude Biver, presidente da divisão de relógios da LVMH, em entrevista por telefone. O preço é três vezes maior que o do modelo da TAG e está no nível do valor do Rolex Oyster Perpetual. O relógio será apresentado na quarta-feira, na feira Baselworld.

A Apple descontinuou a versão em ouro de seu relógio, que custava US$ 17.000, um ano após colocá-la à venda, mas isso não diminuiu o entusiasmo da LVMH pela tecnologia de ponta. A empresa fabrica o relógio inteligente mais caro do mundo: uma versão de US$ 200.000 com diamantes incrustados do TAG Heuer Connected, limitada a cinco exemplares. A Hublot também está restringindo a produção de relógios inteligentes com a esperança de que a escassez possa justificar os preços.

"É uma oportunidade única", disse Biver sobre o primeiro relógio inteligente da Hublot. "Daqui a 20 anos, ele será um relógio de colecionador."

O relógio estará à venda apenas neste ano, uma vez que está ligado à Copa do Mundo da Fifa, que será realizada na Rússia em junho e julho. O relógio emitirá alertas para os usuários sobre quais seleções estão jogando e quem fez gols, e chegará às prateleiras em meados de abril.

Os relógios inteligentes podem gerar mais publicidade que receita para a LVMH, que exibe o TAG Heuer Connected em publicidades e lojas de todo o mundo. A Hublot limitou a produção do relógio inteligente a 2.018 unidades, o que restringe a receita potencial do produto a 10 milhões de francos. O valor representa cerca de 2 por cento da receita anual total da marca, segundo estimativas de René Weber, do Bank Vontobel.

"É uma jogada de marketing", disse o analista.

A Hublot, famosa pelos volumosos relógios Big Bang, com preços de cinco a seis dígitos, foi fundada em 1980 e inovou com o uso de materiais modernos, como borracha, fibra de carbono e ouro resistente a arranhões em relógios suíços. Biver, conhecido por recuperar a Blancpain e expandir a Omega, se tornou CEO da marca em 2004.

Após vender a Hublot à LVMH em 2008, Biver agora comanda também a Zenith e a TAG Heuer no conglomerado com sede em Paris. O executivo de 68 anos liderou a incursão da indústria de relógios suíços pela alta tecnologia. Enquanto a Rolex e a Swatch Group continuam de fora, a TAG Heuer fez frente ao lançamento do Apple Watch, em 2015, com seu próprio relógio inteligente, vendido a US$ 1.500 e parcialmente projetado pelo Google, da Alphabet, e pela Intel.

Quando a Apple descontinuou sua versão de alto padrão de US$ 17.000, em 2016, Biver disse à Bloomberg News que a decisão mostrava que a Apple não era capaz de jogar na mesma liga que as fabricantes de relógios suíços.

Atualmente, o relógio mais caro da Apple é uma versão com pulseira de couro da Hermès International que custa US$ 1.399.