Presidente italiano convida ex-diretor do FMI para governo
(Bloomberg) -- O presidente italiano, Sergio Mattarella, convidou o economista Carlo Cottarelli para formar o governo. Paralelamente, líderes populistas que não conseguiram poder tentam antecipar as eleições.
Cottarelli, 63 anos, já foi diretor executivo do Fundo Monetário Internacional. Ele foi escolhido nesta segunda-feira pelo chefe de Estado, segundo informado a repórteres pelo secretário-geral da presidência, Ugo Zampetti.
A escolha de um ex-diretor do FMI conhecido pela abordagem rigorosa às finanças públicas tende a agravar as divisões políticas na Itália, após líderes populistas criticarem o presidente pelo colapso do governo que planejavam formar, além de tentarem atribuir a culpa também à União Europeia.
Os mercados eliminaram ganhos anteriores após o Movimento Cinco Estrelas e a Liga protestarem contra o presidente Sergio Mattarella, diante de sinais de que os próximos meses serão marcados por campanhas políticas combativas para uma votação que poderá ser realizada já em setembro. Segundo os populistas, Mattarella cedeu às pressões de investidores e países como a Alemanha quando vetou a decisão deles de nomear ao Ministério das Finanças o economista Paolo Savona, conhecido pelo ceticismo em relação ao projeto do euro.
O presidente preferiu as regras da UE aos votos dos eleitores italianos e isso é "uma questão para a democracia", afirmou no Facebook Matteo Salvini, o líder da Liga, partido contra a imigração. Ou as regras da UE mudam ou não faz sentido a Itália permanecer no bloco, ele declarou.
O euro inicialmente avançou em relação ao dólar ao final de um domingo dramático, quando diminuiu a perspectiva de formação de um governo populista na Itália decidido a enfrentar a Europa. A moeda mais tarde eliminou os ganhos e era cotada com pouca variação. A diferença de rendimentos dos títulos públicos com prazo de 10 anos de Alemanha e Itália chegou ao maior nível em quatro anos, diante de pesquisas de opinião que sugerem que os populistas só têm a ganhar com o caos.
"A escolha de Mattarella posterga o risco, mas pode levar ao fortalecimento do sentimento populista nas próximas eleições, o que é preocupante", disse Rosamaria Bitetti, professora de políticas públicas da Universidade Luiss, em Roma. "As pessoas votaram nesses partidos e pode ser difícil explicar para elas porque não terão seu governo."
--Com a colaboração de Alessandra Migliaccio.
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