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Assessoria-robô faz parceria com bancos e chega a US$ 1,2 bi

Edward Robinson

29/05/2018 13h12

(Bloomberg) -- Quando um quarteto de profissionais alemães e britânicos do setor financeiro começou a oferecer gerenciamento de ativos por computador 28 meses atrás, o campo estava repleto de concorrentes. As chamadas "assessorias-robô" vinham bombardeando os investidores com métodos digitais para administrar o dinheiro deles havia vários anos.

Agora, a Scalable Capital, a startup que montaram, acumulou 1 bilhão de euros (US$ 1,2 bilhão) em ativos sob gestão, anunciou a companhia na terça-feira, entrando assim no grupo das maiores empresas independentes. Um dos motivos: a Scalable Capital não hesitou em unir forças com os gigantes do setor de investimentos que supostamente as assessorias-robô deveriam abalar.

A empresa anunciou em setembro uma parceria com o ING-DiBa, o banco digital alemão pertencente ao ING Groep, que tem sede em Amsterdã, oferecendo os serviços de investimento da Scalable Capital para seus 8 milhões de clientes. Como resultado, mais de 500 milhões de euros foram direcionados para os portfólios geridos por algoritmos da jovem empresa, disse Ella Rabener, cofundadora e diretora de marketing da companhia.

"Os investidores europeus estão ficando mais angustiados com a aposentadoria e a manutenção do padrão de vida", disse Rabener, ex-diretora associada da McKinsey & Co. que formou a Scalable Capital com veteranos do Goldman Sachs Group e do Barclays. "Eles estão procurando uma maneira mais fácil de investir."

Como a maioria das assessorias-robô, a Scalable Capital usa fundos negociados em bolsa para fazer apostas para investidores. A empresa, que conta com a BlackRock, gigante do setor de ETFs, entre seus investidores, usa uma abordagem na qual os investidores selecionam quanto risco estão dispostos a aceitar e os algoritmos montam carteiras para garantir que esse nível seja respeitado o tempo todo. Se ocorrer um imprevisto, como um aumento inesperado nas taxas de juros, os algoritmos avaliarão durante alguns dias se o impacto sobre o risco do investimento se manterá e ajustarão a carteira adequadamente.

Considerando que até mesmo os bancos privados usam os ETFs atualmente, Rabener diz que é possível que algum dia as assessorias-robô corram atrás de clientes de alta renda adicionando serviços como contas-correntes e assessoria sobre o gerenciamento de questões tributárias e financeiras complicadas. No entanto, como os europeus guardam trilhões de euros em contas de poupança, ela disse que a empresa se contenta em tentar fechar mais acordos como o do ING-DiBa.

"A chance de transferir algumas dessas contas de poupança para produtos do mercado de capitais é enorme", disse Rabener.