MSCI estuda limitar peso de Índia e Brasil em índices de ações
(Bloomberg) -- MSCI, uma das maiores compiladoras de índices do mundo, está colocando mercados emergentes como Índia e Brasil sob aviso por limitarem o acesso dos investidores.
Os dois países, juntamente com Turquia e Coreia do Sul, são "possíveis exemplos futuros" de mercados cujos pesos poderiam ser limitados nos índices MSCI, informou a empresa com sede em Nova York em apresentação, em seu website, na quarta-feira.
Os quatro países restringem o uso de seus dados locais em derivativos criados por bolsas do exterior, o que os coloca em conflito com a cláusula anticoncorrencial da MSCI, e a Índia tem um "longo e oneroso processo de registro obrigatório" para investidores estrangeiros, afirmou a MSCI.
A MSCI agora consultará seus clientes e anunciará os resultados até 31 de dezembro.
A apresentação faz parte de uma análise mais ampla a respeito de como os fundos acessam mercados de ações globais e mostra a influência de firmas como a MSCI no lobby de investidores institucionais. Como os índices da MSCI são monitorados por gerentes de recursos com trilhões de dólares em ativos, qualquer limitação poderia conter as entradas de recursos em um mercado e forçar uma mudança na política nacional.
"Espera-se que as bolsas de valores, que muitas vezes têm monopólios legais ou naturais, não deveriam impor cláusulas para sua oferta de dados sobre o mercado de ações", afirmou a MSCI. "A existência desses tipos de práticas levará a uma avaliação negativa."
O CEO da MSCI, Henry Fernandez, tem falado publicamente de suas preocupações em relação a uma disputa entre a maior bolsa da Índia e a Singapore Exchange. Em fevereiro, a National Stock Exchange of India e dois pares cancelaram as conexões de licenciamento com bolsas internacionais e as tensões aumentaram neste mês, quando ela processou sua contraparte de Cingapura para impedir que esta lance, em 4 de junho, futuros de ações indianas.
Na terça-feira, a bolsa de Cingapura informou que adiaria o início dos contratos e que a disputa caminha para uma arbitragem. O órgão regulador da cidade-estado alertou que um confronto prolongado reduziria o leque de instrumentos para que os investidores gerenciem riscos nas ações indianas.
A Coreia do Sul tem um peso de 15,6 por cento no MSCI Emerging Markets Index. O peso da Índia é de 8,48 por cento e o do Brasil, de 7,2 por cento.
Repórteres da matéria original: Andrea Tan em Cingapura, atan17@bloomberg.net;Benjamin Robertson em Hong Kong, brobertson29@bloomberg.net
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