No mercado do algodão, Índia ganha na disputa entre EUA e China
(Bloomberg) -- No mercado global do algodão, a Índia deve sair ganhando com a escalada das tensões comerciais entre os EUA, o maior país exportador do mundo, e a China, o maior país comprador.
A desvalorização da rúpia torna as exportações da Índia mais atraentes e os custos de frete para o país asiático vizinho podem ser relativamente baratos, disse Keith Brown, presidente da Keith Brown & Co., corretora com sede em Moultrie, na Geórgia, nos EUA, em entrevista por telefone. "É uma questão de preço e de proximidade", disse ele.
"A China continuará obtendo algodão dos EUA", possivelmente de forma indireta, disse ele. As usinas podem obter algumas cargas através do Vietnã ou comprar ofertas americanas com uma tarifa, disse ele.
Na terça-feira, o algodão despencou na ICE Futures US em Nova York e caiu 12 por cento em relação ao pico recorde em quatro anos, de 94,82 centavos de dólar por libra, em 6 de junho. A China comprou quase 1,5 milhão de fardos dos EUA nesta temporada e "os traders agora estão preocupados com o cancelamento dessas vendas", disse Louis Rose, diretor de pesquisa e análise da Rose Commodity Group em Memphis, Tennessee, nos EUA, em um relatório. Um fardo pesa 480 libras, ou 218 quilos.
A Associação de Algodão da Índia afirmou na semana passada que a produção desta temporada subirá 8,3 por cento em relação ao ano anterior, impulsionando as exportações. Os estoques da China caíram em relação ao recorde registrado em 2015 porque a área cultivada diminuiu. O governo planeja emitir cotas adicionais de importação porque as condições climáticas adversas prejudicaram a safra nacional e é iminente um déficit de fibra de alta qualidade.
Nos EUA, os futuros do algodão chegaram a subir 21 por cento neste ano porque a seca enfraqueceu as perspectivas da safra no oeste do Texas, a região produtora mais importante.
"Subimos rápido demais e agora estamos descendo rápido demais", disse Brown.
Os contratos futuros para entrega em dezembro caíram 3,95 centavos de dólar, ou 4,5 por cento, e fecharam a 83,82 centavos de dólar por libra na terça-feira, depois de terem caído para o limite de 4 centavos de dólar.
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