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Setor de tecnologia chinês concentra perdas nos emergentes

Luke Kawa

27/06/2018 13h13

(Bloomberg) -- Quem se preocupa com o tombo recente dos índices acionários de mercados emergentes pode encontrar alívio se olhar para os detalhes.

Entre 18 de junho - data em que o presidente americano, Donald Trump, sinalizou a escalada da guerra comercial ao prometer taxar mais US$ 200 bilhões em produtos chineses - até a última terça-feira, o MSCI Emerging Market Index caiu 3,5 por cento. Superficialmente, o movimento sugere amplas perdas para essa enorme classe de ativos que vai do México à Indonésia.

A realidade é que as ações chinesas concentram o sofrimento: excluindo a China, o MSCI Emerging Market Index superou o S&P 500 no período, puxado por ganhos nas bolsas do Brasil, Peru e Turquia.

A queda acentuada do indicador revela a forte presença das ações de empresas chinesas de tecnologia em índices importantes. Companhias sediadas na China e em Hong Kong representam um terço do MSCI Emerging Markets Index e são sete das 10 maiores componentes do índice. O trio formado por Baidu, Alibaba Group Holding e Tencent Holdings representa mais de um décimo do índice. Um fundo negociado em bolsa (ETF) focado em empresas chinesas de tecnologia perdeu mais de 7 por cento no período.

O mercado de renda fixa confirma que as perdas nos emergentes têm origem na China. O ETF iShares JPMorgan USD EmergingMarkets Bond (que tem apenas 4 por cento da ponderação em China) e o VanEck Vectors JPMorgan EM Local Currency Bond ETF (sem exposição à China) acumulam retorno positivo desde as primeiras fagulhas da guerra comercial, contrastando com o desempenho de produtos similares para títulos com grau de investimento e de alto rendimento emitidos por empresas dos EUA.