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Fundo de hedge ignora queda do bitcoin e aposta em criptomoedas

Katia Porzecanski e Hema Parmar

11/07/2018 15h12

(Bloomberg) -- O colapso registrado pelas moedas digitais neste ano não está impedindo que gerentes de fundos de hedge interessados em criptomoedas apostem nessa crescente classe de ativos.

David Tawil e Steven Azarbad, cofundadores do fundo de hedge de US$ 83 milhões Maglan Capital, com estratégia orientada a acontecimentos, estão criando um fundo que investirá em moedas digitais, empresas relacionadas ao blockchain e ofertas iniciais de moedas (ICOs), segundo um documento visto pela Bloomberg. A ProChain Capital entrará na negociação nesta semana com cerca de US$ 4 milhões em recursos dos sócios e planeja se abrir ao capital externo em 1º de agosto, segundo uma pessoa informada sobre o assunto. O fundo pretende chegar a US$ 200 milhões, disse a pessoa.

"Os criptoativos são uma classe de ativos que os investidores não podem se dar ao luxo de ignorar", escreveu a firma com sede em Nova York na apresentação. "Os grandes investidores estão especial e absolutamente subalocados no que diz respeito a essa classe de ativos."

Estimulados pela febre do bitcoin, investidores individuais com conhecimento sobre tecnologia há tempos se arriscam nas criptomoedas, mas os fundos dedicados só decolaram recentemente. Dos 249 fundos de criptomoedas abertos, 70 por cento surgiram no ano passado, segundo a Autonomous Research. Dez por cento foram criados neste ano até 5 de abril, elevando os ativos dos fundos de criptomoedas a um total estimado em US$ 3,5 bilhões a US$ 5 bilhões.

As contas de investimentos reguladas dos 36 países que compõem a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico detêm US$ 138 trilhões, mostra a apresentação da ProChain. "Até mesmo um aumento de 2 por cento na exposição a criptoativos nos portfólios implica um enorme fluxo de capital", afirma a empresa.

Diretor e assessor

Azarbad, que tem experiência em dívidas ilíquidas e de alto rendimento, será diretor de investimentos da nova empresa. Tawil, que preferiu não fazer comentários sobre a nova empresa, trabalhará como presidente. Eles continuarão administrando também o Maglan.

Justin Litchfield, que ajudou a criar a plataforma de emissão de tokens CoinCart no estúdio de investimento de risco BTC Labs, se uniu à iniciativa como diretor de tecnologia. Entre as responsabilidades dele estão estabelecer a infraestrutura e desenvolver algoritmos para negociar sistematicamente os tokens mais líquidos e seus derivativos, disse a pessoa familiarizada com o assunto, que pediu para não ser identificada porque a informação não é pública. Nehemia Kramer, consultor em implementação de blockchain, atuará como assessor sênior.

O valor de mercado total de todas as criptomoedas negociadas disparou no fim do ano passado, atingindo o pico de US$ 800 bilhões em janeiro, segundo uma métrica. Seis meses mais tarde, os ativos de criptomoedas haviam perdido cerca de dois terços do valor, segundo o CoinMarketCap.com, depois que os órgãos reguladores começaram a reprimir as moedas e que o medo de grandes prejuízos superou o temor de perder uma oportunidade de investir.

A febre que levou o bitcoin a subir 1.400 por cento em 2017 parece ter acabado, e a maior das criptomoedas caiu 55 por cento neste ano. A falta de interesse se reflete nos volumes negociados, que em junho atingiram o menor nível em mais de um ano, segundo dados da bolsa Bitstamp compilados pela Bloomberg.

--Com a colaboração de Annie Massa.

Repórteres da matéria original: Katia Porzecanski em Davos, kporzecansk1@bloomberg.net;Hema Parmar em N York, hparmar6@bloomberg.net