Bombeiros europeus correm para ajudar Suécia com incêndios
(Bloomberg) -- A Europa está enviando centenas de bombeiros para ajudar os serviços de emergência suecos a conter múltiplos incêndios florestais em todo o país nórdico.
Em meio a temperaturas elevadas e a uma enorme seca, a França, a Alemanha e a Dinamarca enviaram mais de 100 pessoas e a Polônia enviou 139 profissionais de emergência, além de uma frota de carros de bombeiros para ajudar a combater alguns dos piores incêndios florestais que o país já viu.
Há no momento cerca de 27 incêndios registrados na Suécia, um país com dois terços do território cobertos por florestas. No dia anterior, eram 49. A Itália, a França e Portugal também enviaram aviões de combate a incêndios e a Noruega, a Alemanha e a Lituânia forneceram helicópteros.
A Agência de Contingências Civis da Suécia alertou nesta segunda-feira que a situação continua muito grave, com o risco de incêndio em níveis extremos, especialmente no sul do país e nos arredores de Estocolmo, segundo a TT. A previsão é de que as temperaturas permanecerão próximas de 30 graus durante toda a semana, mas há previsão de algumas chuvas no fim de semana.
O verão tem sido excepcionalmente quente, com temperaturas oscilando em torno de 30 graus em grandes áreas do país. O volume de precipitações também tem sido extremamente baixo e algumas partes do sul da Suécia estão tendo o verão mais seco já registrado. A estação meteorológica de Kvikkjokk-Arrenjarka, no extremo norte, na mesma latitude que o sul da Groenlândia e o norte do Alasca, bateu seu recorde com uma leitura de 32,5 graus.
Os incêndios destruíram vastas extensões de florestas e forçaram empresas florestais a suspenderem a extração de madeira por medo de provocar incêndios e a onda de calor também está causando enormes problemas para o setor agrícola. As colheitas foram prejudicadas pela falta de chuvas e muitos produtores rurais contam com pouca ração para os animais atualmente. Os níveis de água nas represas hidrelétricas da Suécia, que produzem metade da eletricidade do país, também caíram fortemente, o que elevou os preços da energia.
Os incêndios levantaram questionamentos a respeito do impacto das mudanças climáticas e quanto à possibilidade de o calor extremo ser o novo normal. Isso gerou preocupações a respeito da capacidade da Suécia de lidar com crises desse tipo. Os incêndios e a necessidade de o governo depender de ajuda externa podem inclusive se tornar assunto nas eleições gerais de 9 de setembro. Políticos, entre eles o primeiro-ministro Stefan Löfven, estiveram nas áreas mais atingidas.
Quarenta e quatro carros de bombeiros da Polônia foram recebidos com aplausos, com os suecos agitando bandeiras polonesas enquanto os veículos se dirigiam para o norte, antes de chegarem a Sveg, no condado de Härjedalen, na região central da Suécia, na noite de domingo, segundo a imprensa local. "Dziekuje a todos os bombeiros poloneses" foi a manchete do jornal Expressen, agradecendo aos poloneses em sua própria língua.
A Agência Florestal da Suécia estima que cerca de 600 milhões de coroas suecas (US$ 68 milhões) em florestas foram queimadas ou danificadas pelos incêndios até 19 de julho.
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