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Aviões de guerra antigos podem ser mais lucrativos do que ações

Colin Bertram

15/08/2018 15h44

(Bloomberg) -- Os mercados de objetos de coleção são movidos pela paixão, não pela razão. Mas o mercado de aviões de coleção tem visto uma divisão nos últimos anos entre aqueles que compram e restauram por amor e pela história e aqueles que são novos colecionadores interessados no retorno sobre o investimento.

Os proprietários da Platinum Fighter Sales, com sede em Redondo Beach, Califórnia, afirmam ter intermediado mais de US$ 300 milhões em aviões clássicos e warbirds (aviões militares) para os dois tipos de compradores nos últimos 30 anos.

Nos últimos anos, Simon Brown, um dos donos da Platinum, notou a chegada de investidores. Esses clientes podem até nem saber que tipo de avião que estão comprando, mas reconhecem um bom retorno sobre um investimento quando o veem.

"Nos últimos 40 anos, esses aviões dobraram de valor a cada 10 anos", diz Brown. Ajustado pela inflação, isso coincide com o retorno anual médio histórico do S&P 500, que desde sua criação em 1923 é de apenas cerca de 7 por cento.

Temor

O receio dos colecionadores e daqueles que amam os aviões por sua história mais do que pelo retorno sobre o investimento é que essas aves raras serão guardadas a sete chaves e não serão compartilhadas com os amantes do gênero. Muitas são levadas para fora do país de origem e guardadas em hangares privados, o que na prática as tira de circulação das exibições aéreas e dos eventos históricos semelhantes.

"Do ponto de vista financeiro ou comercial é bom, mas você não vê os aviões voando tanto quanto antes, o que de certo modo frustra o propósito de contar a história dos aviões", diz Brown.

Sessenta por cento dos negócios da Platinum Fighter Sales são feitos nos EUA e o restante das vendas traça uma rota de voo para o exterior.

"Algumas pessoas compram um avião em dólares americanos, seguram e depois vendem só porque a taxa de câmbio é favorável", diz Brown. "Elas ganham mais dinheiro com a taxa de câmbio do que com o valor do avião, às vezes."

Emoção

Uma grande fatia das vendas internacionais da Brown é da Europa. Há também compradores na Austrália e na Nova Zelândia e as vendas na Europa Oriental e na Rússia estão crescendo.

Comprar ou vender um avião antigo pode ser algo emocional para um colecionador. Os investidores, porém, só querem o melhor acordo, diz Brown. "Se alguém quer um avião em particular, nós tiramos a emoção que isso causa", diz. "Não queremos que eles paguem demais. Queremos que eles sejam tratados de maneira justa."

Quanto às vendas, Brown diz que tudo o que é britânico está superaquecido no momento, especialmente Spitfires e Hurricanes. "Este ano é o centenário da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês)", diz. "Por isso eles são o sucesso do ano. Tudo o que é britânico, aliás."