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Dos EUA à Alemanha, momento econômico é visto como bom mas fugaz

Sarah Foster

19/09/2018 12h38

(Bloomberg) -- Os habitantes de países desenvolvidos como EUA e Alemanha dizem desfrutar de bons momentos econômicos uma década após a crise financeira, mas não acreditam que a situação dure até a próxima geração, segundo nova pesquisa.

Uma mediana de 48 por cento dos entrevistados de 18 economias avançadas afirmou que a atual situação econômica de seus países é boa e apenas 34 por cento disseram que seus filhos estarão em melhores condições financeiras, segundo pesquisa do Pew Research Center divulgada na terça-feira. Em nove economias emergentes, os habitantes sentem mais ou menos o mesmo em relação à situação atual e à futura, mas no Brasil e em outros seis países a balança se inclina mais para o otimismo em relação aos filhos.

Os resultados mostraram que a confiança econômica se recuperou em muitos países após a pior recessão desde a Grande Depressão e nos EUA, no Japão e na União Europeia o sentimento público atingiu o maior patamar desde 2002. Ao mesmo tempo, os entrevistados disseram que as finanças das pessoas, na média, estão piores que há 20 anos e mostram um amplo pessimismo em relação ao futuro.

"Em muitas sociedades, as pessoas não estão tão esperançosas em relação ao que vem por aí para a próxima geração", escreveu Bruce Stokes, diretor de atitudes econômicas globais do centro com sede em Washington, no relatório.

A pesquisa englobou 30.133 entrevistados em 27 países de 14 de maio a 12 de agosto. Os países pesquisados respondem por quase dois terços do produto interno bruto global, segundo o relatório.

Nos EUA, a maior economia do mundo, 33 por cento dos entrevistados disseram que as crianças de hoje estarão em melhores condições financeiras do que seus pais e 65 por cento dos entrevistados se sentem otimistas em relação ao desempenho econômico atual do país. O Japão e a França -- onde mais de 40 por cento dos entrevistados disseram que a economia está tendo bom desempenho -- registraram as estimativas mais pessimistas entre os países desenvolvidos, ambos com 15 por cento.

A Polônia foi o único país avançado no qual a maioria dos entrevistados disse acreditar que a economia era forte e que as crianças também estarão melhor, embora os habitantes tenham se mostrado mais otimistas em relação à situação atual. Os habitantes de um grupo de cinco países avançados liderado pela Argentina e pela Grécia se mostraram mais otimistas em relação ao futuro do que ao presente.

O sentimento público pode refletir tendências de dados. As crianças dos EUA que cresceram e ganham salários ajustados pela inflação mais altos do que os dos pais caíram de 90 por cento das crianças nascidas em 1940 para 50 por cento das crianças nascidas em 1984, segundo dados da Brookings Institution publicados em julho.