Mesmo na lanterninha, ação do Citi vira favorita de analistas
(Bloomberg) -- Os investidores não receberam as ações do Citigroup de braços abertos em 2018 e os papéis estão atrás da concorrência. Já os analistas estão se apaixonando.
As ações do banco --sediado em Nova York e com vasta operação no exterior-- estão estagnadas neste ano, pressionadas pela derrapada dos mercados emergentes e pela perspectiva de guerra comercial.
No entanto, mais e mais analistas acreditam que a instituição está pronta para entrar em uma boa fase, após trocar a diretoria e fortalecer o relacionamento com companhias globais para prestação de serviços de gestão de caixa.
A ação do Citigroup está atrás das dos grandes bancos de atacado dos EUA, mas é também uma das mais recomendadas pelos analistas, que consideram o papel subestimado.
"O que empolga do ponto de vista do investidor é que há um novo olhar sobre o Citigroup", disse o analista Mike Mayo, do Wells Fargo. Ele sugere que a nova diretoria pode colaborar para que o preço do papel dobre em quatro anos. "Não é uma declaração de amor, mas a percepção de que há um enorme potencial que o Citi não está concretizando."
O Citigroup já foi o banco de maior valor nos EUA, mas foi duramente atingido pela crise financeira, registrando mais de US$140 bilhões em perdas e baixas contábeis. Seu pacote de resgate foi o maior da época nos EUA e a instituição passou a década seguinte à crise se recuperando. O banco vendeu US$ 800 bilhões em ativos de baixa qualidade e saiu de mais de 20 negócios.
"Nossa reestruturação terminou", disse o presidente Mike Corbat, no ano passado. "Não assumiremos riscos exagerados. Não vamos adotar hobbies ou entrar em novos negócios tangenciais à nossa estratégia. Não precisamos disso. Gostamos do que temos em mãos no ambiente atual."
Alguns dos negócios bancários tradicionais são citados como fonte de crescimento futuro e o Citigroup vem tentando distribuir mais capital para os acionistas. O empréstimo via cartão de crédito, por exemplo, deve contribuir para a expansão da divisão de varejo e, na divisão de clientes institucionais, Corbat vem tentando destacar as manjadas soluções de tesouraria e comércio exterior.
A divisão ajuda grandes corporações a lidar com o caixa internamente e no exterior. A esperança é que essas mesmas companhias contratem o banco para outras funções, como assessoria de fusões e aquisições, originação e grandes operações de câmbio.Neste ano, a ValueAct Capital Management adquiriu uma participação no Citi avaliada em US$ 1,7 bilhão. A gestora foi atraída pela unidade de tesouraria e soluções comerciais, ressaltando que a unidade atende 80 por cento das companhias da lista Fortune 500.
"Alguns dos nossos investimentos de maior sucesso foram realizados em situações nas quais os investidores não conseguiam abandonar a percepção passada sobre uma companhia", escreveu a ValueAct em carta a investidores. "Foi o que aconteceu com a Microsoft e acreditamos que acontecerá também com o Citigroup, que há muito tempo é tido como lanterninha entre os grandes bancos universais."
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