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Acampamentos de luxo fazem sucesso pelo mundo afora

Nikki Ekstein

17/10/2018 12h12

(Bloomberg) -- Em algum momento em meados da década de 2010, "glamping", o termo que se refere aos acampamentos glamorosos, virou um palavrão.

Um repentino surto de acomodações em barracas luxuosas - que, no fim das contas, não eram nem glamorosas nem davam a sensação de acampar - fez com que a nova moda desaparecesse rapidamente, assim como os donuts de espaguete e os hambúrgueres de ramen.

Mas agora, o glamping está de volta, e o fator glamour está em alta.

Em todos os lugares, de Luang Prabang à Nova Gales do Sul, de Tulum à Costa Rica - e até mesmo no coração da cidade de Nova York -, empresas hoteleiras estão trocando as paredes de tijolo por cabanas estilo safári, muitas delas com banheira, lareira, piso de madeira e chuveiros ao ar livre. O conceito tornou-se tão luxuoso que "glamping" não lhe faz mais justiça.

Para os viajantes, a experiência oferece novidade, desconexão digital e acesso a vivências que são autênticas e, ao mesmo tempo, ideais para postar no Instagram (quando eles voltarem a ter Wi-Fi). Imagine interagir com elefantes resgatados no norte da Tailândia no acampamento de cabanas Golden Triangle, do Four Seasons, ou sobrevoar em um balão as Montanhas Rochosas saindo do Resort at Paws Up, em Montana.

"As crianças adoram - é ótimo para viagens de grupos de várias gerações", disse Jack Ezon, presidente da Ovation Vacations. "É uma experiência completamente diferente". Ele conta que os clientes o procuram porque têm vontade de se hospedar em cabanas desse tipo ou simplesmente desejam algo "diferente" e ao ar livre.

Só não espere que essas viagens sejam baratas.

"Vimos que algumas de nossas cabanas chegam a custar US$ 5.000 por noite", disse Luca Franco, fundador e CEO da Luxury Frontiers, uma empresa de design e consultoria especializada em acampamentos com cabanas extremamente sofisticadas, como Abu Camp e Eagle Island Lodge, duas propriedades icônicas em Botsuana. Entre seus próximos projetos estão um resort One&Only na Riviera Nayarit, no México; uma ilha particular nas Maldivas; e uma aldeia de cabanas em Utah. Em todos eles, os hóspedes pagarão mais caro para acampar sob as estrelas. Com serviço de mordomo, claro.

Bons negócios

De acordo com Franco, o construtor de cabanas, as empresas de hotelaria que investem nesse tipo de projeto podem gerar uma receita de 20 por cento a 40 por cento maior que a de seus pares com hotéis tradicionais de seis estrelas, e os custos de construção podem ser até 50 por cento menores - particularmente nos casos em que as cabanas são apenas uma parte de um resort existente que já estabeleceu toda a infraestrutura necessária. Mesmo assim, isso não significa que esses acampamentos sejam acessíveis ou fáceis de construir.

"Estamos nas categorias de luxo ou de luxo extremo", explicou Franco, "então tudo tem que ser realmente à medida". Quando uma marca líder do setor de hospitalidade pediu que ele criasse uma cabana que pudesse ser reproduzida na Turquia, nas Bahamas, em Marraquexe e no México, ele recusou: "Todos esses lugares têm climas diferentes. Não tem vento na Turquia, mas em Holbox, no México, o vento é muito forte; nas Bahamas você precisa de cabanas que possam ser completamente desmontadas na temporada de furacões, em Tulum você precisa de algo adequado para a selva, e no Marrocos você tem que lidar com o calor extremo."