Papel do PSDB é apoiar reformas e conter radicais, diz Aloysio
(Bloomberg) -- Após a dura derrota de seu candidato Geraldo Alckmin na eleição presidencial, o papel do PSDB agora é apoiar as reformas econômicas e ser uma força moderadora no Congresso, disse à Bloomberg o ministro das Relações Exteriores, o tucano Aloysio Nunes.
"O partido apoiará medidas necessárias para a retomada econômica, como as reformas da Previdência e tributária", disse Aloysio em seu gabinete no Itamaraty, em Brasília, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial em que Jair Bolsonaro (PSL) aparece com larga vantagem à frente de Fernando Haddad (PT) nas pesquisas.
A bancada do PSDB encolheu de 49 para 29 deputados na Câmara dos Deputados. Os maiores partidos na casa a partir do ano que vem serão justamente os dos candidatos antagônicos que chegaram no segundo turno: o PT, com 56 deputados, e o PSL, com 52. Isso deve levar partidos de bancada média, como PSDB, DEM, MDB e PSD a se movimentarem entre as pontas, diz Aloysio.
Mas se um eventual governo Bolsonaro poderá contar com apoio tucano para adotar legislação mais favorável ao mercado e às empresas, o alinhamento não será automático em pautas ligadas a temas de sociedade e costumes. Aloysio prevê que a bancada tucana ficará dividida caso Bolsonaro se eleja e proponha endurecimento das leis sobre temas como união homoafetiva e aborto. Segundo Aloysio, o PSDB será uma "força moderadora" e terá "papel importante para circunscrever a polarização ideológica".
Aloysio afirmou que o PSDB, como a maioria dos outros partidos, sofreu um "tsunami político" nesta eleição em que seu candidato à presidência obteve menos de 5% dos votos. O partido deverá, segundo o chanceler, buscar "pacificação" após brigas internas terem vindo à tona com ainda mais força na esteira da eleição.
Em matéria de política externa, o ministro se diz contrário aos planos de Bolsonaro de, se eleito, alinhar totalmente o Brasil aos Estados Unidos, transferir a Embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv a Jerusalém e cortar relações com a Venezuela. "O Brasil tem uma tradição de política externa de independência e soberania que vem desde a independência. Se jogar nos braços dos Estados Unidos poderá causar dissabores", afirmou o chanceler, que diz ainda não saber o que fará ao deixar o cargo.
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