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Alibaba usa dados de consumidores para que marcas criem produtos

Bloomberg News

24/10/2018 12h55

(Bloomberg) -- Marcas gastam centenas de milhões de dólares por ano tentando descobrir o que os consumidores querem. Agora, a Alibaba está oferecendo ajuda a elas, coletando dados das legiões de pessoas que compram, fazem pesquisas e compartilham em suas diversas plataformas e fornecendo-os a empresas ansiosas para criar produtos que possam fazer sucesso com os consumidores chineses.

Nos últimos meses, a Alibaba ajudou a Mars a criar uma barra de chocolate e forneceu dados valiosos à Unilever para uma nova linha de cosméticos que combatem a poluição; depois, a gigante do comércio eletrônico assessorou as duas empresas sobre como comercializar esses produtos. Tudo faz parte da estratégia "Nova Fabricação", adotada pelo presidente executivo da companhia, Jack Ma, no intuito de ajudar a definir o futuro da economia chinesa e a consolidar o lugar da Alibaba nela.

"Ninguém mais tem esse ecossistema em que um jogador tem todas as peças juntas e pode montar um único perfil de você", diz Ken Leaver, especialista do setor de comércio eletrônico. "A Alibaba tem a capacidade de usar isso para que sua base de vendedores crie o próprio produto, o que é um santo graal no comércio eletrônico."

Combinação

É possível pensar na Alibaba Group Holding como uma espécie de combinação entre Google, Netflix, Amazon e outras empresas, tudo em um. A gigante chinesa opera a maior plataforma de comércio eletrônico do mundo, com 600 milhões de usuários ativos por mês e a maior unidade de anúncios on-line do país, e hospeda uma plataforma de transações financeiras chamada Alipay.

A companhia também controla as versões chinesas do YouTube e da Netflix (Youku) e até mesmo uma rede de supermercados e uma franquia de lojas de departamento. O domínio da Alipay nos sistemas de pagamento móvel e no software de varejo da Alibaba também significa que a empresa pode monitorar o comportamento do consumidor fora da internet, nas lojas do varejo tradicional.

O braço de pesquisa de mercado da Alibaba, Tmall Innovation Center, pode analisar os dados e mostrar às empresas o que os consumidores chineses estão procurando, mas não conseguem encontrar. "Podemos ver onde há lacunas e necessidades não atendidas no mercado", diz Duan Ling, chefe de marketing de marca da Tmall, que dirige o centro de inovação. A Alibaba também pode testar produtos nos feeds de notícias e resultados de pesquisa dos consumidores, com base em seus perfis e no comportamento de compra em tempo real. É como se este sistema fosse o maior grupo focal do mundo.

O domínio da Alibaba também está criando obstáculos para algumas empresas de bens de consumo. No início deste ano, a Associated Press noticiou queixas feitas por cinco grandes marcas de que a Alibaba tornou mais difícil encontrar suas lojas virtuais depois que elas se recusaram a assinar parcerias de exclusividade. Tanto a Unilever quanto a Mars afirmam que a Alibaba não insistiu que elas interrompessem parcerias com a rival JD.com. Um porta-voz da Alibaba disse que a empresa dá às marcas "total autonomia" para escolher sua plataforma de distribuição.

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