Como os operadores lidam com o retorno da volatilidade
(Bloomberg) -- Em um ano cheio de debates sobre se as ações atingiram o pico, uma coisa fica clara: a volatilidade está de volta.
Os negócios desta terça-feira mostraram isso de maneira contundente, com o índice Nikkei 225 Stock Average do Japão caindo 3,5 por cento antes de reduzir a queda para 2,1 por cento. O Índice Composto de Xangai da China apagou rapidamente sua queda de 1,3 por cento e subiu 0,9 por cento, já que negociações comerciais com os EUA teriam recomeçado. E o índice Hang Seng subiu 0,6 por cento depois de cair mais de 2 por cento.
Embora os movimentos desta terça-feira tenham sido desencadeados por uma forte queda das ações dos fornecedores da Apple, até mesmo indicadores com poucas empresas de tecnologia na Austrália e na Nova Zelândia caíram pelo menos 1 por cento. Tudo faz parte de um padrão mais amplo que mostra movimentos mais frequentes de 1 por cento a 3 por cento em qualquer direção. Um indicador da turbulência de 30 dias no índice Nasdaq 100 triplicou em cinco semanas e atingiu o patamar mais alto desde 2011.
Tanto os estrategistas de vendas quanto os de compras estão se ajustando à turbulência das ações globais que pode ter chegado para ficar. O Cboe Volatility Index, conhecido como VIX, está prestes a registrar o maior aumento anual desde 2007.
Stephen Innes tem um mantra: nunca ignore o VIX. "Ele nunca deve ser desconsiderado", diz ele. "É o principal indicador do medo. Ele apavora os investidores quando se movimenta." O diretor de trading na Oanda para a região Ásia-Pacífico em Cingapura diz que a volatilidade é "excelente" desde que haja coberturas disponíveis.
Veja como alguns participantes do mercado estão incorporando o ressurgimento da volatilidade às suas estratégias:
Comunicação é chave
Como a nova realidade pode assustar os investidores individuais, os assessores têm maior necessidade de manter contato com seus clientes.
"Estamos buscando novas formas de nos comunicarmos mais com os clientes -- como podcasts e boletins informativos, a fim de transmitir a mensagem da maneira mais limpa possível", disse Chris Weston, diretor de pesquisa da Pepperstone Group em Melbourne, na Austrália. "À medida que a volatilidade aumenta, a imprensa informa mais, o que deixa os traders nervosos."
Considere dinheiro e opções
A volatilidade é boa para corretoras e empresas baseadas em fluxos, mas é provavelmente uma má notícia para investidores e fundos que trabalham exclusivamente no longo prazo, disse Margaret Yang, analista de mercado da CMC Markets Singapore.
Ela tem uma solução para eles: vender opções de venda fora do dinheiro (out of the money) na tentativa de comprar ações a preços mais baixos, com os prêmios de opções como bônus adicional. Ou ficar em cima do muro. "Eu tenho tendência a adotar uma posição de 'esperar para ver' com algum dinheiro sobrando na mão até as coisas ficarem mais claras para os negócios e a poeira baixar no setor de tecnologia", disse Yang.
Comprar em momentos de dificuldades
Flutuações significam mais oportunidades de compra a preços mínimos para aqueles que podem aguentar a montanha-russa.
"A volatilidade abre uma janela de oportunidades de compra para os fundos com um horizonte de investimento de seis meses a mais de um ano", disse Cristina Ulang, diretora de pesquisa da First Metro Investment em Manila. "Portanto, a estratégia é acumular em momentos de dificuldades no mercado -- mas de forma muito seletiva e lenta, de olho nas ações de qualidade."
--Com a colaboração de Moxy Ying e Cecile Vannucci.
Repórteres da matéria original: Abhishek Vishnoi em Cingapura, avishnoi4@bloomberg.net;Divya Balji em Cingapura, dbalji1@bloomberg.net
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.