Unidade da Samsung enfrenta acusação criminal após IPO
(Bloomberg) -- A unidade de biotecnologia da Samsung Group enfrenta uma investigação criminal e pode ser retirada da bolsa de valores após o órgão regulador da Coreia do Sul acusar a empresa de "intencionalmente" infringir regras contábeis relativas à abertura de capital.
Um painel da Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul afirmou que a Samsung Biologics deliberadamente exagerou o valor da afiliada Samsung Bioepis antes da oferta inicial de ações (initial public offering ou IPO). A operação, realizada em 2016, levantou aproximadamente US$ 2 bilhões. O órgão regulador multou a Samsung Biologics em 8 bilhões de won (US$ 7 milhões) e recomendou a demissão do presidente da companhia.
O número dois da comissão, Kim Yong-beom, afirmou que a negociação das ações da Samsung Biologics será suspensa por algum tempo e que haverá um estudo para possivelmente deslistar a companhia. Segundo Kim, nunca houve deslistagem devido a problemas contábeis na Coreia do Sul.
A empresa perdeu US$ 10 bilhões em valor de mercado desde maio, quando veio à tona que as contas estavam sendo auditadas. Nesta quarta-feira (14), as ações chegaram a subir 16 por cento e fecharam em alta de 6,7 por cento.
O anúncio da comissão foi feito após o fechamento do mercado.Em comunicado enviado por email, a Samsung Biologics lamentou a posição do órgão regulador, afirmando ter confiança de que não infringiu nenhum padrão contábil e que entrará com processo administrativo contra a decisão.
O órgão de supervisão financeira começou a auditar a Samsung Biologics no ano passado, após parlamentares e uma associação civil acusarem a companhia de conceder irregularmente à unidade Bioepis o status de afiliada, o que teria inflado seu valor antes da IPO.
A Samsung Group também foi acusada de orquestrar a mudança contábil em prol da fusão de Samsung C&T e Cheil Industries, favorecendo os planos de sucessão do herdeiro da Samsung, Jay Y. Lee.
A Samsung Biologics declarou que seus livros contábeis foram verificados por firmas externas de contabilidade e refletiam plenamente os padrões contábeis em 2015. A companhia afirma que não tinha motivo para manipular "intencionalmente" os dados financeiros e que o tratamento contábil não poderia ter causado qualquer impacto sobre a fusão entre Samsung C&T e Cheil Industries porque a mesma foi concluída antes da mudança contábil.
(Com a colaboração de Jihye Lee)
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