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Firmas de private equity dizem priorizar contratação de mulheres

Jordyn Holman e Shelly Hagan

16/11/2018 16h01

(Bloomberg) -- O recrutamento de mulheres ganhou mais prioridade nas firmas de private equity.

Uma fatia de 83 por cento dos gestores de private equity da América do Norte, da Ásia e da Europa afirmaram que se concentraram na última década em ampliar a diversidade de gênero em funções front-office (com contato com cliente), segundo nova pesquisa da EY.

Sessenta e três por cento das empresas afirmam que querem mais mulheres também nos cargos de middle-office e back-office (serviços administrativos). A prioridade é um pouco menor entre os fundos de hedge. Apenas metade dos fundos de hedge pesquisados afirmaram que pretendiam contratar mais mulheres para essas funções.

Mais pressão

As firmas de private equity enfrentam uma pressão crescente dos investidores, que querem mais diversidade depois que vieram à tona acusações de assédio sexual e preconceito de gênero em quase todos os setores.

A Institutional Limited Partners Association, uma associação do setor, entregou aos investidores perguntas que podem ser usadas para fins de due diligence a respeito da composição de gênero e étnica dentro de empresas em diferentes níveis hierárquicos, para políticas que promovam a diversidade e para verificar se alguém deixou a empresa por sofrer assédio sexual.

Os investidores são "aqueles que controlam a carteira", disse Natalie Deak Jaros, codiretor de serviços globais de fundos de hedge da EY.

Diferentes divisões

As maiores empresas afirmam que estão fazendo avanços em termos de contratação e promoção de mulheres.

Na divisão corporativo de private equity para os EUA da Carlyle Group, neste ano, as quatro associadas seniores da nova classe de pós-MBA são mulheres. Nos últimos cinco anos, a maioria dos associados da turma de dois anos da Carlyle era feminina, segundo dados fornecidos pela firma com sede em Washington que administra US$ 212 bilhões. No ano que vem, as mulheres representarão 63 por cento dessa turma.

A KKR & Co., que tem US$ 195 bilhões em ativos, lançou seu primeiro programa de estágio de verão de MBA em 2016. No ano passado, mulheres e minorias étnicas representaram 70 por cento do grupo, segundo a empresa. Todos os nove estagiários desse grupo receberam posteriormente ofertas de cargos de tempo integral na KKR.

A Blackstone Group também está avançando em direção à paridade de gênero em todas as suas divisões. A empresa dobrou o número de mulheres em suas novas classes de analistas para quase 40 por cento, contra 15 por cento em 2015, segundo Joan Solotar, líder do grupo de riqueza privada e da iniciativa para mulheres da Blackstone. Cerca de 30 por cento dos candidatos são mulheres.

A Apollo Global Management afirma que reformulou suas campanhas de recrutamento e desenvolveu parcerias externas "para construir uma fonte de talentos diversos", disse Charles V. Zehren, porta-voz da Apollo. A Apollo está focada também em reter talentos por meio de treinamento contra preconceito inconsciente e estabelecendo grupos de afinidade para apoiar grupos sub-representados.

Repórteres da matéria original: Jordyn Holman em N York, jholman19@bloomberg.net;Shelly Hagan em N York, shagan9@bloomberg.net