Império do ramo de saúde na Índia se recupera após investimentos
(Bloomberg) -- Ao lado da mesa de Suneeta Reddy na suíte executiva da Apollo Hospitals Enterprise há um símbolo de Durga, uma deusa guerreira do hinduísmo, com seus muitos braços, para a qual Reddy reza todas as manhãs. A presença da divindade parece adequada para uma empresa dirigida por quatro mulheres que estão arquitetando uma agressiva expansão por um novo território.
Há cerca de uma década, Reddy e suas três irmãs assumiram a maioria das funções executivas do pai na Apollo, a maior rede de hospitais da Índia. Elas iniciaram uma série de construções que se estendeu por vários anos apostando que o crescimento econômico da Índia se estenderia das metrópoles para as cidades de segunda grandeza, onde os pacientes estão ficando mais ricos. Mas as ações da Apollo despencaram quando os investimentos das irmãs afetaram os lucros.
Agora, quase 20 bilhões de rupias (US$ 280 milhões) e quatro anos de construção depois, há sinais de que a estratégia está prestes a ser recompensada. Todos os hospitais foram construídos. Os analistas preveem que os lucros anuais deverão subir pela primeira vez desde 2015. As ações da Apollo avançaram cerca de 30 por cento, após atingir o menor patamar em quatro anos em junho, e os analistas de ações mostram o maior otimismo em uma década.
"Nós quatro reconhecemos que havia uma lacuna na oferta e na demanda e que precisávamos preenchê-la", disse Reddy, 59, que ocupa o cargo de codiretora-gerente, em entrevista, neste mês, na cidade de Chennai, no sul da Índia. "Haverá capacidade para pagar mais."
Enfrentando obstáculos
A área da saúde está se transformando em um dos maiores negócios da Índia e projeta-se que o tamanho do setor hospitalar mais do que dobrará para US$ 133 bilhões nos próximos quatro anos, segundo a India Brand Equity Foundation, uma instituição governamental. A maioria dos pacientes paga os custos de saúde do próprio bolso, mas a renda está aumentando e o setor de seguros, desenvolvendo-se. Mais indianos poderão ter planos de saúde nas próximas décadas, já que o governo do primeiro-ministro Narendra Modi está expandindo uma iniciativa para oferecer planos à metade mais pobre da população do país.
Mas, assim como a expansão da Apollo ofereceu novas oportunidades, ela trouxe também novos desafios às irmãs. Apesar dos sinais de chegada dos investidores, as despesas da grande onda de construção das irmãs deixaram as ações e os lucros da empresa bastante abaixo dos picos e a dívida mais do que dobrou nos últimos quatro anos.
Reddy prevê que a taxa de ocupação dos novos hospitais aumentará gradualmente até o nível de 70 por cento observado nas unidades consolidadas. A empresa também projeta que as margens de lucro dos novos hospitais se aproximarão do nível de 20 por cento, contra cerca de 6 por cento atualmente.
"Elas parecem estar acertando os cálculos em termos de expectativa de retorno", disse Rakesh Nayudu, analista de ações da Haitong Securities India. "Estão mirando as cidades certas." Dos 23 analistas que cobrem a empresa, 21 recomendam a compra das ações.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.