Por investimento, Emirados querem deixar lista de paraíso fiscal
(Bloomberg) -- Os Emirados Árabes Unidos estão dispostos a expandir seus já multibilionários investimentos no Brasil desde que a Receita Federal retire o país árabe da lista de paraísos fiscais.
A embaixadora dos EAU em Brasília, Hafsa Abdulla Al Ulama, disse que os fundos soberanos controlados pelo seu governo estão prontos para aumentar investimentos em infraestrutura, energia e agricultura se as autoridades brasileiras deixarem de considerar a monarquia do golfo um país com "tributação favorecida e regimes fiscais privilegiados" --expressão usada pela administração brasileira.
"Nossos fundos soberanos gostariam de ver que há incentivos para as pessoas virem e investirem", disse em uma entrevista em Brasília. "Cingapura e Suíça foram removidos da lista de paraísos fiscais. Por que não os EAU?"
Além de ter de lidar com a burocracia do Brasil, os países considerados como paraísos fiscais também estão sujeitos a tributação maior e regras de conformidade e transparência mais rigorosas.
O Mubadala, um dos fundos estatais de Abu Dhabi, já administra mais de US$ 2 bilhões no Brasil, incluindo investimentos em portos e telecomunicações.
O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, disse à Bloomberg que a discussão com os EAU sobre a questão fiscal está "muito perto" de ser resolvida.
O fundo soberano emprega mais de 40 pessoas em seu escritório no Rio de Janeiro. "Concessões, privatizações, estamos dispostos a olhar para tudo isso", disse Al Ulama, acrescentando que espera se encontrar em breve com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, indica que fará mudanças na política externa, incluindo laços mais estreitos com os EUA e uma possível transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Al Ulama se reuniu com Bolsonaro há duas semanas, mas a embaixadora disse que foi uma visita de cortesia, sem discussão detalhada da agenda bilateral.
O comércio entre Brasil e EAU saltou de US$ 1,8 bilhão em 2009 para US$ 2,7 bilhões em 2017, de acordo com as estatísticas do comércio do governo brasileiro.
(Com a colaboração de Filipe Pacheco, Gabriel Shinohara e Flavia Said)
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