IPCA
0,46 Jul.2024
Topo

Interessados na Bunge ressurgem com trégua na guerra comercial

Mario Parker

12/12/2018 12h30

(Bloomberg) -- Parece que os astros estão se alinhando para interessados em comprar a problemática Bunge, gigante do agronegócio internacional.

Maior processadora mundial de soja, a Bunge sofre com a guerra comercial entre EUA e China, já que o grão é usado para alimentar o enorme rebanho suíno chinês. Agora que os dois países chegaram a uma espécie de trégua, os fluxos de comércio agrícola podem voltar ao normal. Com isso, potenciais compradores da Bunge podem avaliar melhor a cobiçada operação da empresa na América do Sul.

Em meio a tudo isso, o presidente da Bunge, Soren Schroder, está de saída, após resistir investidas de rivais como a Glencore. A Archer-Daniels-Midland também abordou a Bunge neste ano. A partida de Schroder remove um obstáculo ao avanço das negociações. Além disso, investidores ativistas conseguiram emplacar uma revisão estratégica que talvez resulte na recomendação de venda de ativos ou da companhia inteira.

"A volatilidade que observamos em 2018" está diminuindo, disse o analista Seth Goldstein, da Morningstar, em Chicago. "Neste ano, a ADM fez um par de aquisições para absorver os alvos em seus departamentos, mas a Bunge é quem tem a melhor presença ao sul."

Nos últimos anos, safras gigantescas impediram a volatilidade nos mercados que proporciona ganhos a tradings como a Bunge, que tem 200 anos de existência.

Investidores andam decepcionados com os resultados da empresa e esperavam que usasse sua vasta operação sul-americana para enfrentar a tensão no comércio internacional.

Já a ADM vem navegando melhor a guerra comercial, mesmo sem tanta atuação na América do Sul. Sendo assim, analistas como Goldstein questionam o valor que pode ser gerado a partir de uma união das duas companhias.

A Glencore e a chinesa Cofco também podem se interessar novamente pela Bunge e enfrentariam menos problemas regulatórios do que a ADM, segundo o analista. Glencore e ADM se recusaram a comentar. Bunge e Cofco não retornaram imediatamente solicitações de comentário da reportagem.