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Novos clubes para ricos que adoram carros deixam pista de lado

Hannah Elliott

14/12/2018 15h43

(Bloomberg) -- No mês passado, no deserto do Arizona, Eli Kogan abriu um clube de carros.

Sua ideia, um espaço de quase 4.370 metros quadrados revestido em madeira de celeiro recuperada e repleto de caras obras de arte modernistas, não é o que você imaginaria encontrar aninhado entre os cactos de Scottsdale. O Otto Car Club tem um teatro em seu saguão de 370 metros quadrados, uma biblioteca, um bar completo e uma sala de jantar privativa, um elevador interno exclusivo para carros e um depósito com temperatura controlada para 185 carros. Suas estantes mecanizadas de última geração têm capacidade para 75 carros, um em cima do outro, como se fossem blocos de milhões de dólares.

Na festa de inauguração, convidados que vieram de Nova York e Los Angeles comeram espetinhos de camarão vestidos com elegância. De óculos, Kogan, de 24 anos, e sua namorada, Britni Sumida, uma beldade loira que é modelo e também adora automóveis, ciceronearam 450 convidados que circulavam entre um Singer DLS Lightweight, um McLaren P1 e um LaFerrari, além de outros veículos com preços de seis e sete dígitos.

Com um calendário social que inclui dias de pista, ralis particulares e noites de uísque, Kogan parece ter pensado em tudo para os 175 membros que ele espera atrair.

Mas o clube não tem sua própria pista.

"Para as pessoas que adoram carros e adoram design e arte, não existe um lugar central para se encontrar com os amigos e passar o tempo, além da pista de corridas ou dos eventos Cars 'n' Coffee", diz Kogan, que estima ter gastado US$ 10 milhões no clube. "Mas nem todo mundo gosta de ir a uma pista de corridas. Como um dos meus colecionadores disse: 'Por que eu iria às 6 da manhã para ficar em um estacionamento onde não me sinto confortável?'"

O clube de Kogan é o mais recente exemplo dos novos negócios que estão surgindo em torno da cultura automotiva. Os antigos clubes particulares de carros, de Palm Springs a Miami, costumavam ter como centro as pistas de corrida, de modo literal e cultural, mas um novo grupo está se concentrando no clube e na garagem. Esses empreendedores estão apostando que o armazenamento e uma vida social, em vez do acesso direto a uma pista, serão suficientes para atrair clientes abastados.

"Nós dizemos que este é um espaço seguro", diz Kogan. "Estamos no ramo da praticidade - tudo o que você precisa fazer, se quiser, é chegar e dirigir. Você não vem aqui para que alguém lhe venda carros."

Muitos desses clubes estão localizados no centro de áreas mais cosmopolitas, em contraste com as pistas de corrida, que precisam ficar a quilômetros de distância da cidade devido às leis de uso e de ruído. Uns, como o Classic Car Club em Nova York e Londres, têm uma coleção de veículos clássicos que pertencem ao clube; outros armazenam os brinquedos de seis dígitos dos membros. Alguns, como o Caffeine & Machine, na região de Cotswolds, na Inglaterra, fazem um pouco dos dois.

A ideia é combinar os melhores elementos de um clube social com a praticidade do armazenamento. E que o clube seja facilmente acessível para os amantes de carros jovens ou jovens de coração que moram nas redondezas.