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Cédula de US$ 1.000 pode chegar a US$ 3 milhões em leilão

James Tarmy

20/12/2018 15h34

(Bloomberg) -- Em 1891, o Tesouro dos EUA imprimiu algumas cédulas de US$ 1.000, cerca de 1.500 unidades. Em vez de entrar em circulação geral, no entanto, esses certificados de prata foram usados principalmente como uma espécie de transferência entre bancos, diz Peter Treglia, diretor de cédulas da Stacks Bowers Galleries, uma casa de leilão de moedas e cédulas.

Como resultado, essas notas nunca chegaram às mãos do setor privado; nem mesmo ficaram nas mãos dos bancos por muito tempo. "Naquela época, a moeda mudava com tanta frequência que as cédulas de 1891 só circularam durante dois ou três anos", diz Treglia.

Uma dessas notas de US$ 1.000 acabou no Smithsonian. Outra permaneceu em uma coleção particular durante mais de 80 anos; sua primeira venda registrada como um item de colecionador, em vez de uma simples cédula de dinheiro, foi na década de 1970. O restante, presume-se, se perdeu. ("Eu apostaria muito dinheiro que não vai aparecer nenhuma outra dessas notas", diz Treglia. "Descobrem-se coisas o tempo todo, mas não dessa magnitude.")

Essa única nota restante, apelidada de "Nota Marcy" porque apresenta um retrato do senador americano William Marcy (que também foi secretário de guerra e governador de Nova York), será leiloada e tem uma estimativa de US$ 2 milhões a US$ 3 milhões.

"Quando estávamos negociando a transação, o vendedor queria bater o recorde mundial", diz Treglia. "Mas, em 2014, outra nota foi vendida por pouco menos de US$ 3,3 milhões, e a estimativa atual é onde nós sentimos que o mercado está."

O vendedor é Joel R. Anderson, um famoso colecionador de moedas que começou a liquidar sua coleção. A Stacks Bowers já vendeu US$ 26.184.240 das posses de Anderson.

Definição do valor

Treglia diz que a nota mal era considerada um item de colecionador até recentemente.

"Ela teria custado pouco mais que o valor nominal na década de 1940", diz ele. O primeiro preço registrado para a nota que Treglia conseguiu encontrar foi de 1985, quando ela trocou de mãos em uma transação particular por US$ 25.000. Em seguida, foi vendida - novamente de forma privada - por cerca de US$ 150.000 em 1992, diz ele. Sua última transação registrada foi em 2013, quando foi vendida por US$ 2,6 milhões.

Quando for colocada à venda na Stacks Bowers, durante um leilão que ocorrerá entre 28 de fevereiro e 3 de março em Baltimore, será a primeira vez que essa cédula será vendida no mercado público.

Dado que o livre mercado nunca pesou sobre a avaliação declarada (e muito significativa) da cédula, Treglia admite a legitimidade da dúvida quanto a "como diabos ela poderia valer tanto mais em apenas 15 a 20 anos". A metodologia usada pela casa de leilões, diz ele, é "bastante simples: basta comparar com outros itens exclusivos que não trocam de mãos com frequência".