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Maioria dos americanos crê que finanças não vão melhorar em 2019

Elisabeth Ponsot

14/01/2019 11h24

(Bloomberg) -- Com a paralisação em Washington e todos os tipos de sinais de alerta nos mercados, a maioria dos americanos espera que 2019 seja um ano sombrio para suas finanças, de acordo com um novo estudo.

Pouco mais de 55 por cento das pessoas nos EUA acham que sua situação econômica não vai melhorar neste ano, segundo um novo relatório da Bankrate.com. Essa fatia inclui 11,7 por cento que acreditam que suas perspectivas vão piorar e 43,7 por cento que acreditam que a situação vai ficar na mesma.

A pesquisa foi realizada de 14 a 16 de dezembro do ano passado, quando a confiança do consumidor nos EUA caiu para o menor valor em cinco meses, em meio à volatilidade do mercado acionário e receios de que o crescimento econômico global seja moderado em 2019. Uma paralisação parcial do governo - que já é a mais longa da história dos EUA - era iminente, e as negociações comerciais com a China tinham chegado a uma trégua cautelosa, mas não resolutiva. Os dados são de uma amostra de 1.000 entrevistas representativas de adultos americanos em todo o país com 18 anos ou mais, com uma margem de erro de mais ou menos 3 pontos porcentuais.

Embora os americanos não estejam excessivamente otimistas em relação a seu futuro financeiro, os dados mostram os salários em alta. Os trabalhadores tiveram um ganho salarial médio por hora de 3,2 por cento no último ano, de acordo com o relatório de dezembro do Instituto de Estatísticas de Trabalho. A mediana da renda familiar, ajustada pela inflação, também está subindo.

"Pode haver uma desconexão com o que poderíamos ver como dados econômicos respeitáveis e como isso ajuda ou não os americanos comuns", disse Mark Hamrick, analista econômico sênior da Bankrate.com. "Continuamos vendo certo estresse econômico em uma seção transversal considerável da sociedade."

Quase metade (49 por cento) dos entrevistados culpou a liderança política em Washington pelo declínio antecipado de sua sorte financeira, em detrimento de preocupações mais concretas, como o aumento do custo de vida (38 por cento) e o aumento do endividamento (37 por cento).

Os americanos não confiam em seu governo, entre outras instituições, disse Hamrick, o que pode influenciar o modo como as pessoas percebem as próprias perspectivas econômicas. A população pode "discordar sobre questões políticas entre as tribos em guerra, mas concordam que 'nós os mandamos para lá porque havia um trabalho a fazer', e há uma sensação de que esse trabalho não está sendo feito", disse ele.

Nem todas as perspectivas do relatório foram sombrias. Apesar da crise da dívida dos empréstimos estudantis e dos dados que mostram que os jovens têm um patrimônio líquido menor do que o das gerações anteriores na mesma época da vida, os millennials estavam decididamente mais otimistas em relação a 2019 do que os americanos mais velhos.

Quase 60 por cento dos entrevistados entre 18 e 37 anos de idade acreditam que suas finanças vão melhorar neste ano, em comparação com apenas 35 por cento dos mais velhos. "Eles representam o aspecto mais ascendente da sociedade e da força de trabalho", disse Hamrick. "Os millennials estão mais concentrados em suas carreiras, em parte porque alguns deles foram profundamente sensibilizados pelo estresse econômico, tendo atingido a maioridade na crise financeira."