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Falha no Fortnite coloca jogadores em risco, dizem pesquisadores

Gwen Ackerman

16/01/2019 11h53

(Bloomberg) -- Uma falha no Fortnite, da Epic Games, abriu as contas de milhões de usuários ao risco de um ataque mal-intencionado, disseram pesquisadores da Check Point Software Technologies em relatório, na quarta-feira. A vulnerabilidade no processo de autenticação permitia que hackers enviassem um link aos jogadores que, se clicado, dava acesso a contas de usuários para a compra de moeda virtual e aquisição de equipamentos no jogo, que poderiam ser transferidos posteriormente para outra conta e revendidos. O hacker também teve acesso a conversas dos jogadores com amigos, o que poderia ser usado para explorar os donos da conta, em geral crianças de menos de 18 anos.

A Epic Games corrigiu a falha recentemente, informou a empresa israelense de segurança cibernética. A Epic Games não pôde ser encontrada imediatamente para comentar, mas há um patch (atualização), que ofereceu novas armas e correções de bugs, detalhado em seu website. Não está claro se a vulnerabilidade alguma vez foi explorada.

"Não é preciso dizer que, juntamente com essa enorme invasão de privacidade, os riscos financeiros e o potencial de fraude são vastos", afirmou a Check Point. O chefe de pesquisa de vulnerabilidade de produtos da empresa, Oded Vanunu, disse que seus filhos de seis e de nove anos jogam Fortnite, assim como milhões de crianças em idade escolar em todo o mundo.

"Seus filhos estão jogando um jogo e as pessoas podem ouvir o que eles estão fazendo", disse Vanunu. "A criança pensa que está conversando com um garoto de 12 anos, mas está conversando com adultos que poderiam dizer 'me envie uma foto disso e eu te darei esta arma. Essa é a loucura desse jogo."

Em junho, o Fortnite era jogado por 125 milhões de pessoas e estava a caminho de gerar US$ 2 bilhões para a Epic Games. O jogo gira em torno de uma batalha caricatural com um único sobrevivente na qual os jogadores lutam por armas e recursos. É gratuito e está disponível em diversos dispositivos, de telefones celulares a consoles de videogame.

A produtora Epic ganha dinheiro com o Fortnite cobrando dos jogadores os itens decorativos, como fantasias e adereços. Em outubro, a Epic levantou US$ 1,25 bilhão com um grupo de investidores que incluiu KKR, Vulcan Capital e Kleiner Perkins, em acordo que avaliou a empresa de capital fechado em US$ 15 bilhões.