Mercado internacional de petróleo ignora sanções à Venezuela
(Bloomberg) -- O maior usuário de petróleo bruto do mundo acaba de aplicar sanções práticas ao país que detém as maiores reservas de petróleo. O mercado deu de ombros.
Os principais tipos de petróleo usados como referência tiveram ganhos apenas modestos desde que a Casa Branca efetivamente impediu as refinarias dos EUA de importar petróleo bruto da PDVSA, a petroleira estatal que controla as reservas inexploradas da Venezuela. As sanções impõem um redirecionamento dos fluxos globais de comércio de petróleo, mas é improvável que gerem um grande impacto no panorama geral de oferta e demanda.
Diferentemente das penalidades contra o Irã, que sacudiram os mercados de petróleo no ano passado, as sanções têm como alvo apenas as refinarias dos EUA, as maiores compradoras do petróleo venezuelano. Países como China e Índia, segundo e terceiro maiores importadores, poderão entrar em campo e comprar o petróleo, enquanto as refinarias americanas poderão receber mais do Golfo do México ou do Oriente Médio.
"No curtíssimo prazo, é possível que não vejamos muito impacto no fluxo real de petróleo bruto venezuelano", disse Andy Lipow, presidente da Lipow Oil Associates em Houston. "Se uma quantidade maior de petróleo bruto venezuelano for consumida na Ásia, os asiáticos comprarão menos petróleo do Oriente Médio ou de outros fornecedores, liberando esses volumes para os EUA."
Se a Casa Branca tentar expandir o embargo a outros países, a interrupção da oferta pode gerar otimismo para os preços a curto prazo. Além disso, pode provocar também um impacto maior em tipos de petróleo mais pesados semelhantes aos da Venezuela, como os de México, Canadá e Oriente Médio.
A Venezuela detinha cerca de 303 bilhões de barris de reservas não extraídas no fim de 2017, cerca de 14 por cento mais que a número 2, a Arábia Saudita, segundo dados da BP. Apesar dos amplos recursos, a importância da Venezuela para os mercados internacionais de petróleo vem diminuindo porque anos de baixos investimentos reduziram a produção aproximadamente pela metade desde 2015, para 1,2 milhão de barris por dia.
Repórteres da matéria original: Dan Murtaugh em Cingapura, dmurtaugh@bloomberg.net;Serene Cheong em Cingapura, scheong20@bloomberg.net
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