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Millicom compra unidades da Telefónica no Caribe por US$ 1,65 bi

Rodrigo Orihuela e Thomas Seal

21/02/2019 15h57

(Bloomberg) -- A Millicom International Cellular decidiu adquirir os ativos da Telefónica em três países da América Central com um acordo de US$ 1,65 bilhão que expande seu alcance na região.

A Millicom comprará as operações da Telefónica na Costa Rica, no Panamá e na Nicarágua, aprofundando a incursão na América Latina da companhia com sede em Luxemburgo. Combinar as unidades de cabo da Millicom com os negócios de telefonia móvel da Telefónica aumentará as vendas por usuário e levará a menos deserções de clientes, afirmou a Millicom.

Embora o acordo tenha ocorrido pouco depois de a Millicom adquirir a operadora panamenha Cable Onda, quatro meses atrás - aumentando a alavancagem -, foi uma oportunidade imperdível, disse o diretor financeiro, Tim Pennington, em entrevista.

"Você tem que dançar conforme a música ou ficar de fora", disse ele. "Nós éramos um comprador natural, simplesmente porque poderíamos comprar as três unidades sem grandes problemas regulatórios." El Salvador e Guatemala verão mais consolidação, acrescentou ele, e o Panamá continua "excessivamente competitivo na telefonia móvel".

As ações da Millicom subiram 1,8 por cento até às 14h07 em Estocolmo, e as ações da Telefónica avançaram 0,8 por cento em Madri.

Para a Telefónica, a venda marca um recuo regional, depois de a companhia ter decidido vender, em janeiro, suas unidades em El Salvador e na Guatemala para a América Móvil. O presidente da Telefónica, José María Álvarez-Pallete, está vendendo os ativos que não atingem determinados níveis de retorno sobre o capital, porque depende do fluxo de caixa livre para pagar dívidas.

A Telefónica informou nesta quinta-feira que a dívida líquida caiu pelo sétimo trimestre consecutivo. Os resultados do quarto trimestre da companhia superaram as estimativas, e sua perspectiva de crescimento ultrapassou as expectativas dos analistas.

A América Móvil e a Millicom são agora as "operadoras dominantes na região, e não há um espaço evidente para a Liberty Latin America", disse Soomit Datta, analista da New Street Research, em nota aos clientes.

A Liberty Latin America, empresa regional de cabo de John Malone, fez no mês passado uma tentativa malsucedida de comprar a Millicom, cujo maior acionista é a sueca Kinnevik.

Repórteres da matéria original: Rodrigo Orihuela em Madri, rorihuela@bloomberg.net;Thomas Seal em Londres, tseal@bloomberg.net