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Sem água, BC da Venezuela dispensa funcionários: Fontes

Patricia Laya e Alex Vasquez

09/04/2019 15h16

(Bloomberg) -- O banco central da Venezuela tem operado com uma equipe de emergência de cerca de somente 100 trabalhadores desde que uma queda de energia deixou a sede sem água há duas semanas, de acordo com quatro pessoas com conhecimento direto do assunto.

A maioria dos 2.000 funcionários do banco foi mandada para casa quando as luzes se apagaram em Caracas no dia 25 de março, e não puderam retornar desde então, disseram as pessoas, pedindo anonimato.

O grupo de emergência está trabalhando em uma biblioteca com a ajuda reservatórios de água, e os funcionários estão concentrados em tarefas essenciais para manter as operações do banco, como transações entre bancos locais e reservas, afirmaram as pessoas.

A situação do banco central ressalta a desordem na administração do presidente Nicolas Maduro. Os banheiros não têm água e o prédio não tem ar-condicionado desde que uma crise de energia agravou o problema da escassez de água na capital venezuelana em meio a um período de seca. Os funcionários não sabem quando poderão voltar ao trabalho. Um porta-voz do banco não respondeu aos pedidos de comentários.

Apesar do racionamento de energia anunciado por Maduro no final do mês passado não ter atingido até agora a capital, o fornecimento de energia tem sido intermitente, mantendo as bombas principais dos reservatórios fora de operação.

Caracas, a 900 metros acima do nível do mar, recebe água do sistema de reservatórios de Tuy, cujas estações de bombeamento exigem um mínimo de 600 megawatts para operar.

Os venezuelanos foram às ruas no sábado, protestando contra o colapso quase total dos serviços públicos e se unindo ao líder da Assembleia Nacional, Juan Guaido, que se proclamou legítimo presidente do país.

--Com a colaboração de Fabiola Zerpa.

Repórteres da matéria original: Patricia Laya em Caracas, playa2@bloomberg.net;Alex Vasquez em Caracas, avasquez45@bloomberg.net