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Disney desafia Netflix com serviço de streaming a US$ 7 por mês

Christopher Palmeri

12/04/2019 09h56

(Bloomberg) -- A Walt Disney vai cobrar US$ 7 ao mês por seu serviço de streaming que estreia em 12 de novembro, uma jogada tática para enfrentar a gigante de entretenimento Netflix em um campo cada vez mais concorrido.

A empresa anunciou o novo serviço na quinta-feira no estúdio usado para filmar o original "Mary Poppins", com uma apresentação ao estilo Apple de seu produto on-line. A plataforma custará vários dólares a menos que o plano mais barato da Netflix, que sai por US$ 11, e pesará muito sobre as finanças da Disney. O Disney+ deve demorar cerca de cinco anos para atingir o ponto de equilíbrio.

Além do preço e da tecnologia, o serviço irá sobreviver ou morrer dependendo de seu conteúdo - e foi nesse ponto que a Disney fez um grande anúncio. O Disney+ contará com um arsenal de programação infantil, incluindo 13 filmes de animação clássicos, 21 produções da Pixar, séries originais e conteúdo de suas franquias Marvel e Star Wars.

"Estamos confiantes de que este é um produto que as pessoas vão assinar em massa", disse o diretor-presidente da Disney, Bob Iger, em entrevista à Bloomberg Television.

O Disney+ será lançado nos EUA, Europa Ocidental e Ásia no primeiro trimestre fiscal, que coincide com o final do ano-calendário. O Disney+ chegará ao leste da Europa e América Latina um ano depois.

A Disney planeja investir US$ 1 bilhão em programação de streaming no próximo ano e não espera obter lucro até o ano fiscal de 2024, quando a plataforma poderia ter entre 60 milhões e 90 milhões de clientes. Dois terços desses assinantes estarão no exterior, segundo estimativas da empresa.

O Disney+ também incluirá "Os Simpsons", série incluída na compra dos ativos de entretenimento da 21st Century Fox no mês passado. Tomando emprestado o tom insolente da série, a Disney apresentou um clipe da família Simpsons com uma estátua de Darth Vader e com Iger em um pedestal ao lado. Uma foto assinada por Rupert Murdoch - o bilionário magnata dono da Fox - estava no lixo. Havia um cartaz "Sinergia de Boas-Vindas" acima.

A Disney fechou acordos anteriormente com a Netflix e outros parceiros para oferecer conteúdo, mas a empresa acabou desistindo dessas parcerias - e da receita - para tornar seu próprio serviço mais atraente.

O novo produto não é a única plataforma de streaming da Disney. A empresa adquiriu o controle majoritário do serviço de TV Hulu com o acordo de US$ 71 bilhões com a Fox, e agora considera a possibilidade de expandir o produto para o exterior.

A Disney também oferece o serviço de conteúdo de esportes on-line ESPN+, que será lançado na América Latina, disse a empresa. Com a expansão, o produto terá perdas de US$ 650 milhões nos próximos dois anos.

"Vocês podem imaginar que faremos um pacote com o ESPN+ e Disney+ em breve", disse Iger.

Ao mesmo tempo, a Netflix pode enfrentar mais pressão para justificar seu preço mais alto. Mas a empresa conseguiu elevar os preços em mercados de todo o mundo nos últimos anos, sem grande impacto.

Seu último aumento de preços, anunciado em janeiro, elevou o plano mais barato da Netflix em 10%, para US$ 11. Dada a dominância da Netflix nos lares dos consumidores, especialmente nos EUA, analistas esperam que os clientes aceitem o custo mais alto sem fazer muito ruído.

Para contatar o editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net