Torre perto da CME acirra briga com traders de alta frequência
(Bloomberg) -- A torre gerou polêmica quando era apenas uma ideia, um poste de metal que se destacava em uma área quase vazia nos arredores de Chicago. Tornou-se realidade nos últimos dois meses e está localizada a cerca de 300 metros do mercado financeiro, sem sombra de dúvidas, mais importante do mundo.
A estrutura de quase 60 metros pertence à Scientel Solutions. A CyrusOne, vizinha da empresa, ficou tão enfurecida com o plano que tentou bloquear a torre em janeiro de 2018 com um processo movido contra a Scientel e a prefeitura de Aurora, no estado de Illinois, que aprovaram o projeto. O processo ainda está em andamento, mas até certo ponto é discutível: a construção foi finalizada este mês, e a torre já está cheia antenas.
A CyrusOne argumenta que sua torre está sendo bloqueada pela torre da Scientel, que discorda. A estrutura da CyrusOne, uma torre de 107 metros erguida no ano passado, fica a poucos metros do centro de dados da CyrusOne, que abriga a bolsa de derivativos da CME. Com sede em Chicago, a CME é uma gigante de US$ 64 bilhões, onde são negociados contratos futuros atrelados ao S&P 500, petróleo, bônus dos Tesouro dos EUA e muitos outros ativos importantes.
A CyrusOne diz que sua torre é destinada a acabar com as táticas usadas por operadores, que gastaram anos e milhões de dólares para instalar seus equipamentos sem fio um pouco mais próximos do prédio. Isso lhes proporcionou uma vantagem ao diminuir em milionésimos de segundo o tempo necessário para transmitir suas ordens entre a CME e outras grandes bolsas de valores, como os mercados de ação da costa leste dos EUA.
Apesar de ser um tempo imperceptível para os humanos, é o suficiente para transformar uma aposta perdedora em vencedora na atual era de operações comandadas pela tecnologia.
A torre da CyrusOne está mais próxima do que os operadores conseguiriam do centro de dados. Assim, se não houver impedimentos, provavelmente seria o melhor local para traders instalarem equipamentos de comunicação, o que, segundo a CyrusOne, tornaria o acesso à CME mais justo.
Em entrevista esta semana, o presidente da Scientel, Nelson Santos, abordou o assunto que tem criado muita especulação no setor sobre a torre da empresa: se será usada para negociações. O executivo disse que nenhuma das antenas na estrutura é usada atualmente com esse propósito, mas que isso deve mudar em algum momento. A torre da Scientel, disse Santos, terá conexão sem fio com a CME, enviando sinais para a torre da CyrusOne. Santos se recusou a identificar seus clientes, citando acordos de confidencialidade e práticas de concorrência.
A CyrusOne e a CME não quiseram comentar.
--Com a colaboração de Bryan Gruley e Daniel Acker.
Para contatar o editora responsável por esta notícia: Patricia Xavier, pbernardino1@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Nick Baker em Chicago, nbaker7@bloomberg.net;Kevin Miller em Chicago, kmiller@bloomberg.net
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