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Fed enfrenta problema no foco de estratégia para elevar inflação

Craig Torres

30/04/2019 15h23

(Bloomberg) -- Há um problema no foco da abordagem do banco central americano para colocar a inflação na meta, que se tornou uma questão importante em um momento em que o Federal Reserve faz uma longa e precisa análise de sua estratégia.

Durante décadas, bancos centrais têm fixado metas de inflação ao mesmo tempo em que afirmavam que os riscos de estabilidade financeira são melhor controlados com regulamentação. A contradição é que a política monetária é frequentemente o combustível mais poderoso para as bolhas de ativos em meio à política de taxas de juros baixas para tentar elevar uma inflação que permanece fraca, apesar do sólido crescimento e aumento da produtividade.

O quadro reflete a economia dos Estados Unidos hoje, com ações negociadas em níveis recordes e condições financeiras flexíveis. Na reunião do Fed que termina na quarta-feira, os diretores do banco central americano observarão uma economia em forte crescimento e um núcleo da inflação que desacelerou para 1,6% no mês passado, bem abaixo da meta de 2% e persistentemente fora do alvo, o que levou a uma revisão da estratégia de preços do Fed cobrindo um período de um ano.

"Uma grande parte da revisão da política tem a ver em tornar custos e benefícios dessas compensações mais rigorosos e explícitos", disse Julia Coronado, fundadora da MacroPolicy Perspectives, de Nova York. "Quantos sinais mais eles precisam, observando a desaceleração do núcleo da inflação, dada a crescente alavancagem no setor corporativo que poderia tornar a próxima recessão mais profunda?".

Os bancos centrais de outros países enfrentaram o desafio de atingir esse equilíbrio e o conflito resultou na renúncia em 2013 de Lars E.O. Svensson, vice-governador do Riksbank, banco central sueco. Ele deixou o cargo depois que seus colegas ignoraram seus apelos por cortes mais profundos dos juros, preocupados em alimentar um crescimento insustentável do crédito.

No mês passado, autoridades do Fed estavam divididas sobre a possibilidade de aumentar o colchão de capital dos maiores bancos. Os diretores vão incluir um painel sobre a estabilidade financeira em uma conferência de Chicago em junho sobre a condução da política monetária.

"Se as condições financeiras forem afrouxadas, o crescimento será maior e a política monetária deverá responder" com um aperto, disse o ex-governador do Fed, Laurence Meyer. No entanto, a resposta dos bancos centrais ao risco financeiro é frequentemente um "ainda não, ainda não, ainda não - tarde demais!".

Para contatar o editora responsável por esta notícia: Patricia Xavier, pbernardino1@bloomberg.net