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Morgan diz que é muito cedo para comprar dívida de emergentes

Aline Oyamada

14/05/2019 13h58

(Bloomberg) -- Cedo demais. Essa é a opinião do Morgan Stanley sobre comprar títulos de dívida de mercados emergentes, ainda que os preços tenham caído recentemente em meio à guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo e às preocupações sobre a economia global.

A equipe de estrategistas liderada por James Lord disse que está "cautelosa" com os ativos de renda fixa de países emergentes, já que os mercados ainda precisam digerir os riscos atuais, o que deverá elevar ainda mais os prêmios de risco dos títulos de dívida. Os estrategistas acreditam que a recuperação deve vir apenas no segundo semestre, segundo relatório divulgado na terça-feira.

"No curto prazo, mantemos uma visão cautelosa e acreditamos que o cenário para os ativos de risco é mais negativo", escreveram os estrategistas.

Um índice do JPMorgan de títulos soberanos de dívida externa de mercados emergentes mostra que os spreads subiram cerca de 20 pontos-base na semana passada, para cerca de 362 pontos-base. Contudo, o spread deveria atingir 370 pontos-base para a compra valer a pena, disse o Morgan Stanley.

Os estrategistas estão igualmente cautelosos em relação às moedas de países em desenvolvimento, destacando que o dólar ainda é sustentado pelo forte crescimento dos Estados Unidos e pela sinalização do Federal Reserve de que ainda falta muito para que o banco central adote uma postura mais dovish.

Outro risco para as moedas é o dado que sugere que a produtividade está crescendo em ritmo mais rápido nos EUA do que em mercados emergentes. A mesma tendência foi vista entre 2014 e 2015 e coincidiu com um período de baixa das moedas de países em desenvolvimento.

As exceções são Rússia e Brasil, onde os estrategistas esperam ganhos para o rublo e para o real e, por isso, recomendam posições compradas. O rublo seria impulsionado pela expectativa de valorização dos preços do petróleo e fundamentos sólidos. No Brasil, o Morgan Stanley acredita que a maior parte da "complacência do mercado" já foi precificada.

Para contatar o editora responsável por esta notícia: Alessandra Ribeiro, aribeiro43@bloomberg.net