Ford planeja cortar 7 mil empregos em todo o mundo
(Bloomberg) -- A Ford Motor planeja eliminar cerca de 7 mil empregos - cerca de 10% de sua força de trabalho no setor administrativo - em resposta à pressão resultante de mudanças tecnológicas e sinais de saturação da demanda global por automóveis.
Com as demissões, a Ford vai economizar cerca de US$ 600 milhões por ano, disse o presidente da montadora americana, Jim Hackett, em memorando enviado aos funcionários na segunda-feira. A maioria dos cortes será concluída até 24 de maio na América do Norte e, até o fim de agosto, em outros mercados como Europa, China e América do Sul.
"Para ter sucesso em nosso competitivo setor e posicionar a Ford para vencer em um futuro de rápidas mudanças, precisamos reduzir a burocracia, capacitar gerentes, acelerar a tomada de decisões, focar no trabalho mais valioso e cortar custos", escreveu Hackett. "A Ford é uma empresa familiar e dizer adeus aos colegas é difícil e comovente."
As ações da Ford se recuperam da desvalorização de 2018 e acumulam alta de 34% este ano.
As demissões devem reduzir a estrutura administrativa da Ford em 20% e simplificar o número de camadas organizacionais de 14 para 9 ou menos, disse Hackett. Os cortes de empregos ficaram bem abaixo das 25 mil demissões previstas por um analista do Morgan Stanley no ano passado.
Nos Estados Unidos, a montadora vai demitir 800 funcionários, sendo 500 esta semana, segundo um porta-voz da Ford. Em 25 de abril, a Ford tinha 196 mil funcionários em todo o mundo em relação aos 202 mil no fim de 2017.
O memorando fornece detalhes sobre o alerta de demissões enviado pela Ford em outubro e faz parte de uma ampla reestruturação de US$ 11 bilhões. Outras mudanças estão focadas no desenvolvimento de produtos, como a criação de uma equipe de arquitetura e design de veículos e maiores investimentos em infotainment (informação e entretenimento), desenvolvimento de software e eletrificação.
As demissões ocorrem em um contexto no qual montadoras globais tentam se adaptar às preferências dos consumidores por crossovers e SUVs e menor demanda por sedãs, queda nas vendas e custo de eletrificação de seus modelos para atender às restrições de emissões mais rígidas em mercados como China e Europa.
A General Motors, Volkswagen e Jaguar Land Rover, da Tata Motors, também estão eliminando milhares de empregos como reflexo da maior eletrificação e tecnologia de veículos autônomos, que estão transformando o setor automotivo global.
"A Ford está espremendo cada centavo possível do negócio atual, demitindo funcionários, reduzindo produtos e saindo de negócios não lucrativos para poder investir mais em tecnologia do futuro, como veículos elétricos, autônomos e serviços de mobilidade", disse Michelle Krebs, analista da Autotrader, consultoria especializada no mercado automotivo. "O perigo está em reduzir muito e prejudicar o negócio agora e no longo prazo."
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