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Guerra comercial EUA X China fez gestores venderem emergentes

Aline Oyamada

21/05/2019 14h03

(Bloomberg) -- UBS Wealth Management, Janus Capital Management e PGIM Fixed Income estão entre os investidores que estão abrindo mão de ativos em mercados emergentes para se protegerem da turbulência em meio às negociações comerciais entre EUA e China.

"Esperamos que a volatilidade permaneça alta e que o mercado reaja com nervosismo a qualquer notícia relacionada à guerra comercial", escreveram em nota os analistas do UBS GWM, incluindo Luca Henzen e Dirk Effenberger.

As ações de mercados emergentes rumam para seu pior mês desde outubro e as moedas apagaram os ganhos do ano, em meio a uma aparente paralisação nas negociações comerciais entre EUA e China. Na sexta-feira, a China sinalizou baixa disposição em retomar as discussões depois que a Casa Branca ameaçou proibir a gigante de tecnologia Huawei Technologies Co. de comprar componentes essenciais.

A disputa também levou a Janus a cortar a posição em títulos da dívida de mercados emergentes de seu portfólio recentemente, reduzindo a exposição de overweight para neutra, vendendo títulos do Brasil e do Chile. De acordo com Chris Diaz, administrador de recursos da firma de Denver, os títulos das dívidas de ambos os países são bastante sensíveis aos efeitos da guerra comercial e ao enfraquecimento dos preços das commodities.

No mercado acionário, JPMorgan Asset Management rebaixou sua posição em países em desenvolvimento, dizendo que o mais recente ataque de Donald Trump à China representa uma ameaça material às ações desses mercados. De acordo com Patrik Schowitz, estrategista global multi-ativos da empresa, tudo mudou no início deste mês, quando uma série de tweets do presidente anunciou novas tarifas sobre a China.

"Isso não é uma boa notícia para os ativos dos mercados emergentes", disse Schowitz.

Os fundos negociados em bolsa mostram a cautela crescente dos investidores com os ativos de risco. Os saques de fundos dedicados a mercados emergentes, assim como aqueles destinados a países específicos, somaram US$ 3,54 bilhões na semana passada - o maior fluxo de saída semanal desde que a Bloomberg começou a compilar os dados em 2016.